De noite o Porto ganha outro encanto.

A esta altura do campeonato já certamente que se aperceberam do quanto eu amo esta cidade. Ainda assim, há muito por descobrir e a noite é uma delas. Há muitos anos que tenciono reproduzir um dos momentos mais felizes da minha vida: um jantar de verão na zona da Ribeirinha em plena noite de luar, em que a lua estava perfeitamente centrada no arco da ponte Luís I, reflectindo no rio a sua luz. Talvez hajam momentos que se capturam somente nas nossas memórias... para todo o sempre. Acabamos por os embelezar ainda mais.

(Ando a tentar adquirir experiência a fotografar em ambientes desafiantes... a noite é um deles. Ainda sem o maior dos sucessos...)

Na rua das Flores | Porto.

Ora, um dos meus lugares favoritos do Porto é, sem sombra para dúvidas, a famosa Rua das Flores. Faz parte do meu itinerário habitual descer a rua desde S. Bento até à Ribeirinha. Pelo caminho encontrei, desta vez, caras que me são familiares. Foi o caso deste pai e filha. Senti-me um tanto ou quanto constrangida por lhes roubar este momento fotográfico sem a sua permissão, no entanto, confesso-vos aqui que fotografar faces e expressões naturais de estranhos é um dos motivos pelos quais adoro fotografia. Já por algumas vezes senti a necessidade de abordar as pessoas e oferecer-lhes aquela preciosidade. Mas nunca o fiz, por receio que não o aceitem. Assim, mantenho em minhas pastas estas pequenas relíquias que muito aprecio. Talvez, um dia, o paradigma mude.

Quanto à rua em si, identifiquei uma mudança drástica na forma como se apresenta - mais cuidada. Tem agora lojinhas com montras amorosas, cafés convidativos, um museu de marionetas, chocolatarias e... detalhes. Muitos detalhes a começar pelos artistas de rua que abundam ao Domingo e as caixas de electricidade decoradas com mensagens... interessantes. Bem à moda do Porto.

Eis uma das muitas caixas de electricidade que vos referi. Muitas mais ficaram por eternizar. Até porque a mudança é constante...

Espero que estas fotografias vos tenham convencido a regressar ao Porto ou a valorizar aquela que é a vossa cidade com outros olhos.
Quem sabe um dia estas ruas não façam parte do meu dia a dia. Vejo-me facilmente a morar nesta cidade. Pela sua gente, certamente.

O meu Porto.

Se há temáticas sobre as quais gosto de escrever são as relacionadas com viagens e fotografia. Parece-me a combinação perfeita, certo?!.. Desde que comprei a nova lente, da qual vos falei aqui, que ando doida por lhe dar o devido uso - vasculhar uma cidade ao mesmo tempo que andam, comem, respiram e absorvem o movimento à vossa volta...! Assim que percebi que teria uma semana de férias antes de me iniciar no sexto e último estágio do ano, agendei uma viagem de carro até ao meu Porto. Oh, permitam-me que o chame de meu, porque muito de mim têm as suas ruas. Muitas histórias também. Muitos sorrisos, muitos amigos, e também algumas lágrimas. É um lugar que me faz recordar do porquê das grandes decisões que tomei na vida e que me obrigam a dar um sentido às mesmas... É incrível perceber que um lugar em específico foi palco de grandes reflexões. E porque não voltar? Nem sempre concordo com a letra de Rui Veloso, uma das minhas preferidas que poderão ouvir em rodapé. Acho sim que devemos voltar aos lugares em que fomos felizes e confrontar-nos com a mudança, criando novas memórias. E por isso gosto de colocar o pé no chão e me embrenhar nos bairros mais típicos. Perder-me sem mapa, ao ponto de nem mais precisar de um. Pela primeira vez, trouxe a minha máquina fotográfica comigo, e nem imaginam o quão bom e terapêutico é treinar o olhar para os detalhes. E daí gostar de o fazer sozinha, porque estou mais atenta ao outro. Há quem me ache uma tola. "Quem passeia sozinha?", dizem. E eu respondo. Fiz uma promessa que tenciono cumprir para todo o sempre. Jamais deixarei de fazer algo em prol de não ter ninguém com quem o partilhar no momento. Jamais... Ser feliz é sê-lo de igual forma sozinho. Parte daí. Depois torna-se algo tão intrínseco que passarão a necessitar desses momentos, que em nada se assemelham a sentimentos de solidão. São coisas diferentes. No fundo é ser-se prático e independente. A 100%. Ora se queres ir ver um filme ao cinema, porque não vais? Porque precisas de enviar um convite a outro alguém para que possas ir? Se te apetece um gelado e/ou alapar na relva de um jardim (uma das minhas coisas favoritas de se fazer por aqui - sim, ainda me encontro pelo Porto no exacto momento em que vos escrevo...), porque esperas? O bom tempo é convite suficiente. E como é bom dedicarmos este tempo só para nós... O resto vem por acréscimo.

Aqui vos deixo com algumas das muitas fotografias que fui tirando pelo centro histórico do Porto. Aceito sugestões de novos lugares, restaurantes, cafés acolhedores... Bem sei que muitos de vocês são destas bandas, assim o dizem as estatísticas do estaminé.

Dos meus locais favoritos do Porto, a Ponte Luís I.

(...) De onde se parece avistar cada recanto.

Os detalhes, desde os grafittis às modestas varandas, são de perder de vista e com os quais me delicio!

Espero que as fotografias tenham transparecido parte das mil e uma razões pela qual eu adoro esta cidade. Ao som de Rui Veloso.

 (e mais fotografias ficarão por partilhar. As minhas favoritas, na verdade, embora não tão turísticas assim. Gostariam de vê-las?)