The Post, o filme.

February 18, 2018

     O The Post era um dos principais filmes que estava na tal lista de filmes para ver antes dos Óscares (quem não tem, afinal!, uma lista semelhante?), que irão decorrer no dia 4 de Março. Está quase aí, certo?! Eu ainda tenho uma lista consideravelmente extensa - mais do que eu desejaria - para assistir e me actualizar. Gosto de ter uma opinião antecipada dos potenciais vencedores e tentar a minha sorte a adivinhar quem é o real merecedor do prémio. Sou uma crítica atenta, mas nem sempre consigo estar a par das mais recentes novidades cinematográficas, especialmente quando estas coincidem com épocas de exames ou de rectas finais de estágios!. Contudo, este ano não tenho desculpas plausíveis! Estive de férias durante três semanas e acabei por dormir todas as horas que fiquei a dever à cama desde que iniciei estágio na unidade de cuidados intensivos. Excedi, talvez, o saldo...! Assim sendo, tenho alguns dias para recuperar a preguiça e assistir aos que ainda me faltam. Será que consigo? Tenho a tendência de guardar os melhores para o fim, ainda que The Post tenha sido um dos que mais me chamou a atenção pelos protagonistas de honra! Admiro a actriz Meryl Streep e Tom Hanks! Idolatro-os! Juntos, as expectativas estavam mais do que altas! Nem o argumento li direito e no inicio do mês já estava na sala de cinema a vê-lo.
"Um filme que exige concentração, desde o princípio ao fim, e um conhecimento superificial da história recente dos EUA".

     🎬 Este filme é não mais do que uma biografia de Katherine Graham (Meryl Streep), a primeira mulher editora de um jornal - The Washington Post. O seu editor de redação, Ben Bradlee (Tom Hanks) é intempestivo e gosta de arriscar. Já Katherine, habituada a uma vida sossegada e tranquila, por entre festas partilhadas com grandes nomes da história da América é mais subtil e delicada.
O drama tem lugar durante o mandato do presidente Nixon, em plenos anos setenta, aquando um dos maiores escandâlos políticos na América do Norte relativos ao envolvimento do país na guerra do Vietname durante 40 anos ser insustentável e infundado, seguido do caso Watergate, o qual conduziu à demissão do presidente.
  O enredo do filme desencadeia-se apartir de uma fuga de informação dita confidencial e que ao ser publicada pelo jornal do New York Times inicia uma guerra entre a impresa e a Casa Branca. Gera-se uma revolta contra o Estado por este ter conhecimento do insucesso da missão na guerra e de mesmo assim insistir em enviar milhares de jovens (por não querer ferir o orgulho patriótico!), perdendo-se inúmeras vidas em vão. O Times é silenciado, mas no entanto, um jornal mais pequeno tem também acesso aos documentos do estudo.
The Washington Post acaba por publicar e dar continuidade à sua liberdade de expressão, em modo de denúncia, arriscando-se os seus editores a serem presos. O filme revela assim as diferentes etapas no processo de decisão e a evolução das personagens na forma como gerem este impasse, conduzindo o expectador a uma reflexão perspicaz.
   Destaco o desenvolvimento do papel de Katherine Graham, que inicialmente se privava de opinião, apesar da competência. Era tímida num mundo dominado por homens, que não a valorizam no meio jornalístico. A forma como Streep o faz é de uma delizadeza gigante. Sem "estrelismos". Há uma cena que me é especialmente impactante: o telefonema em que decide publicar o estudo! É de bater palmas!
Acende temáticas importantes como o papel omisso das mulheres que mudaram o rumo da história com a sua bravura e da real missão do jornalismo de qualidade, daí os parabéns pela sapiência do argumento. Steven Spielberg sabe o que faz, não é?

Eu confesso que teria gostado muito mais do filme se não me sentisse perdida com algumas referências históricas. A minha sorte foi ter quem consultar ali mesmo ao lado (!). Ora pois, que isto de ir ao cinema não é só bom para namorar! Por isso, acho que não será um filme vencedor, nem acho que a Meryl tenha feito melhor do que já a vi fazer. Dependerá da concorrência, da qual ainda não estou a par.

Kokoro Ramen Bar

February 16, 2018

📌 Localização: Av. Rovisco Pais 30A, 1000-026, Lisboa (ao lado do Instituto Superio Técnico - Torre Sul).
     Esta semana, em modo de despedida das minhas últimas férias enquanto estudante (pelo menos superiores a uma semana e sem nada para fazer), aceitei o convite do meu melhor amigo para experimentarmos um restaurante que ele há muito queria conhecer, de nome Kokoro Ramen Bar. Desde que experimentei o meu primeiro Ramen (recordas-te da minha experiência no Nood?), novos horizontes se abriram à gastronomia japonesa, a qual não se resume somente a sushi e chá verde!. Encontrar lugares como este tornou-se uma missão, pelo que espero que seja uma temática que vos interesse, nomeadamente a todos aqueles que apreciam opções vegetarianas tal como eu.
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       O Kokoro Ramen Bar é exactamente o que o nome promete!. Um bar pequeno e que se dedica exclusivamente a este prato. Abriram há pouco menos de dois anos, e desde então que têm ganho algum destaque (de forma ainda comedida, de "boca em boca") por serem um dos primeiros locais na capital a produzir os seus próprios nooddles. O chefe de cozinha, também ele o proprietário do bar, desculpa o restrito menu com o tempo que dedica à qualidade do mesmo (...)! Nota-se realmente que há uma diferença na frescura da massa e no sabor dos molhos e caldos, e a bem dizer eu cá não tenho nada contra coisas pequenas (não sejam marotos, vá!), não fosse eu um pigmeu andante. A par disso, vamos lá ao que interessa, com as habituais categorias que valorizo num restaurante.

Localização: 4,5/5 - O local agrada-me bastante, pois é-me muito familiar. Foram vários os anos em que estudei no Técnico (já vos tinha dito?), ali mesmo ao lado!!, pelo que é reconfortante voltar às ruas que tão bem conheço. Atravessar o técnico para lá chegar foi também um misto de emoções, confesso. Mas em termos de localização, o espaço encontra-se bem centralizado, ainda que passe despercebido à primeira instância. Poderá ajudar procurar pelo Hotel Turim.
Atendimento: 3,5/5 - Receei um pouco nesta classificação, pois acredito que o conceito do restaurante influencie o tipo de atendimento existente. A equipa resume-se a duas ou três pessoas no máximo, contando com o chefe. O espaço, por ser pequeno, poderá exigir uma espera à porta de entrada, sentindo-nos (quem lá dentro está) como pequenos peixes num aquário. Os elementos da equipa falam mal português, sendo-lhes preferível e até habitual, pelo público alvo, falar em inglês (...)! Já o tempo de espera pelo Ramen escolhido cingiu-se a 20 minutos, o que considero ser um pouco mais do que o esperado. No entanto, foi razoável.
Gastronomia: 5/5 - Sem sombra para dúvidas. À primeira grafada, ou será melhor dizer paulitada?!, dei por mim a esbugalhar os olhos em simultâneo com o meu companheiro na aventura gastronómica. Seguiram-se de imediato comentários como "está mesmo muuuito bom", "isto sim é um Ramen!", "(...) dos melhores que já provei!".
O menu apresenta apenas 3 opções de Ramen: o vegetariano (ver foto em cima), outro com carne de galinha e ainda com carne de porco, sendo esta última a opção que o meu amigo escolheu e que a apresentação deixa qualquer um a salivar com as suas cores vibrantes.
É facilmente um cinco em cinco! Por isso, caso conheçam um potencial local que destrone este, é só avisarem! Irei adorar o desafio!
É que destronar o Ramen do Nood foi realmente fácil com este novo spot em Lisboa, ao qual irei regressar certamente!

Atenção que não será o local ideal para um date amoroso, porque sugar noodles não tem nada de sexy se forem desastrados.
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Ah!, e esqueçam a sobremesa por aqui. Recomendo beberem um café ali perto, no atrium saldanda, dentro da loja da delta.

Preço: 5/5 - Incrivelmente barato, na minha opinião, ficando a média por pessoa de 10 euros, com bebida incluída.
Decoração: 3/5 - É um espaço, como referi, pequeno. Talvez até seja verídico dizer minúsculo! Contudo, é um espaço acolhedor. Fez-me pensar numa sauna, com as paredes todas elas revestidas em madeira (!). O tecto tinha motivos decorativos com lanternas e sombrinhas japonesas e pouco mais seria impossível, pois envolve algum jogo de tétris para nos sentarmos, sem derrubar nada...!
A capacidade não excede as dez pessoas (creio eu), pelo que é conveniente ir preparado para tal e não há possibilidade para reservas.
Em resumo, este restaurante é ideal para quem gosta verdadeiramente de Ramen e não quer gastar muito dinheiro. O foco é o Ramen! Simples e sem extravagâncias, é um local a voltar para reconfortar a barriga com um bom noodle! É um Sim, Sim, Sim!

O meu dilema capilar.

February 14, 2018

Tenho uma relação especial com o meu cabelo desde que me recordo. Em pequena este era preto, todo espetado. Em criança era liso com o fatídico corte à tigela e de franja em modo cortina. Na minha pré-puberdade começou a ficar cada vez mais ondulado e claro. Fiquei com uma tonalidade de castanho-claro, praticamente louro nas pontas. Depois foi o acordar da juba com o esplendor dos caracóis e do volume. Muito volume! Eu era a Hermione em pessoa! Não sabia cuidar dele na época, pelo que vivia em rabos de cavalo, em espumas definidoras e em gel. Hoje tenho um maior conhecimento de como o domar, mas o tempo é escasso. Optei pelo conforto do alisamento. Encontrei ao acaso o cabeleireiro ao qual sou fiel há 5 anos e desde então que opto por o manter liso.
Descobri o mundo da cor e fartei-me de brincar com os tons de castanho, principalmente o de chocolate, com os avermelhados, até que num daqueles dias de tensão menstrual, em que "desejamos mudar", arrisquei no preto. Faz agora um ano e meio desde que o pintei de preto e não consigo sair desta cor. Nem sequer tentei para ser franca, visto que me apaixonei pelo brilho do preto azulado (...)!
No entanto, há dias em que tenho considerado a hipótese de voltar aos castanhos, mas simplesmente não consigo sequer imaginar-me com outra cor, porque cometo o erro de a associar aos melhores momentos da minha vida. Vai daí considerei até a hipótese de iniciar o processo de o deixar ao natural - fase que me recorda a inocência de menina, sendo que a transição é a grande dificuldade. Nem é peixe nem é carne! Já pensei também em o tingir de uma cor completamente diferente, eis como fazer uma franja ao estilo de Camila Cabello (...). Ainda para mais, o Pinterest não tem sido uma boa ajuda nestes meus devaneios de mulher indecisa, coisa que raramente me acode. Mas está difícil de tomar uma decisão. Preto, castanho, liso, encaracolado? Algo me diz que devo é ficar quieta!
IMG_3696  Long Brunette Hair on @liliyakay who wears her Dark Brown #LuxyHairExtensions for that amazing length! <3
Mas mulher que é mulher, não consegue. Especialmente se for vaidosa e não tiver medo de inventar. 😂
Entretanto, após escrever estas quantas linhas em jeito de drama, já fui ao cabeleireiro de que vos falava momentos antes, e sucedeu-se todo um cenário de fazer chorar as pedras da calçada.
Alisei o cabelo. Até aí tudo bem. Já se tornou um vício pela sua praticabilidade. Nos primeiros tempos pareço um pinto todo encharcado ou lambido, mas depressa ganho algum volume na raíz. Acontece que tendo a base do meu cabelo de preto, com tons azulados, o alisamento aclarou-o para a cor de laranja. O habitual é aclarar dois tons. Contudo, ficou metade preto e a outra metade laranja! (Podem rir-se à vontade! Eu também me ri! Se vissem a cara do cabeleireiro, que só me dizia com o seu sotaque brasileiro: "Querida, acho que vai ter que pintar mesmo, não!?" - pensando, certamente, que eu poderia ser maluca o suficiente para não o fazer e estragar a sua reputação!). Seria engraçado sair à rua assim, mas não foi desta. Vi-me obrigada, pela primeira vez, a pintar o cabelo com um profissional. Carissímo, mas foi a excepção. Saí, para minha grande tristeza, do preto e estou agora assim. Uma mistura de castanho escuro com algumas madeixas pretas e reflexos avermelhados.
  Para piorar um pouco, decidi recriar a tal franja para "emoldurar o rosto", assim pensei eu durante dois minutos. Nos outros dois que se seguiram já eu estava com a tesoura na mão e záas!. Um pouco curta demais para o efeito esperado, mas por aqui estamos com um visual renovado. Não era mudar que se pretendia? Parece-me que o objetivo foi conseguido! A bem ou a mal... É que isto de ser autodidacta tem os seus azares, mas também se torna extremamente divertido arriscar e brincar com a nossa imagem. Tudo se compõe! Resta-me agora ter paciência para que o meu cabelo continue a crescer saudável e me torne uma verdadeira pocahontas, bem ao género da foto.

Coco, o filme.

February 9, 2018

  Agora que me encontro de férias tenho dedicado algum do meu tempo a ver filmes. A lista é extensa e este era um dos que surgiu como sugestão. Sem saber bem ao que ia, confesso que as expectativas eram baixas. Um filme semelhante a um outro que me recordava de ter visto no ano passado, de nome "O livro da vida", o qual retratava o tão conhecido feriado mexicano dedicado aos dia dos mortos. É uma cultura que me fascina particularmente pelas suas crenças para com os entes queridos que partiram.
  Coco foi uma surpresa porque expôs a temática de uma forma completamente diferente. Sendo um filme de animação, estará sempre subjacente uma lição. O que eu não esperava era que a mesma me deixasse com os olhos em água e a soluçar. Não foi bonito de se ver!
    🎬 Miguel Rivera é um menino de doze anos, que vive em Santa Cecilia, juntamente com a sua família tipicamente mexicana. Miguel deseja ser um músico famoso, tal como o seu falecido ídolo Ernesto. Contudo, ele precisará de confrontar a sua família que desaprova o seu sonho e proibe qualquer tipo de contacto com a música, devido a um desgosto amoroso que data do tempo da sua tetra-avó, Imelda. O seu marido partiu em busca de uma carreira musical e nunca mais voltou, ficando sozinha com a filha, Coco - agora Bisavó de Miguel. Determinado a seguir o seu coração, ele acaba por desencadear um feitiço quando tenta participar num concurso de música na praceta da aldeia, em pleno dia dos mortos. Acaba acidentalmente transportado para uma outra dimensão na busca pela seu tetra-avô, que ele pressupõe ser Ernesto. As aventuras sucedem-se na terra dos mortos. Miguel vê-se em apuros com Imelda, a grande matriarca, por ter quebrado o seu retrato do memorial da família, impedindo-a de fazer a passagem para o mundo dos vivos num dia tão especial como o dia dos mortos, no qual os mexicanos acreditam que estes os podem visitar. Acaba por encontrar Héctor que o ajuda na sua demanda e... mais não poderei dizer. Somente acrescento que o fim é envolvente. Prometo que se irão comover, especialmente se forem como eu que têm um particular afecto por... bem, vocês terão que ver.

   🎵  
Não se trata de um simples filme, e sim um dos melhores que vi nos últimos tempos dentro do género de animação!. A Pixar esmerou-se desde o Inside Out (ao qual também faço uma vénia)(!). Arrisco-me a dizer que este o supera, porque aborda uma temática que se foca na família e na importância de cuidarmos das pessoas que ainda estão por cá, ainda que possam ter perdido as suas capacidades. Ensina a valorizar a velhice e isso é, infelizmente, algo que vejo ser constantemente descuidado nos países ditos civilizados. Em Coco há algo que nos toca o coração e nos põe a mão na consciência. Intenso e culturamente bem conseguido, é um filme que não podem perder!

Domingando por Setúbal.

February 8, 2018

   Tem-se tornado frequente dedicar o meu Domingo ao comum hábito português de dar uma caminhada após o almoço. Setúbal é cada vez mais uma opção, por ser perto e por ser visível uma crescente aposta na modernização da zona ribeirinha do Rio Sado. Este passado Domingo fui surpreendida por uma imensidão de pessoas que tiveram a mesma ideia. O frio apertava, mas tal não foi impeditivo! Era ver pessoas a passear os cães (uma delas era a querida Marta, do blogue The Coolunista), a fotografar (incluam-me nesse grupo!), a beber um café enquanto vigiavam os míudos no parque, ou simplesmente a abrigarem-se ao sol (!). A ideia inicial era a de dar um pulinho pelo Palácio da Comenda e pelo Forte de S.Filipe, o que não se sucedeu porque o frio congelava e a boa companhia obrigou-me a reconsiderar as minhas prioridades fotográficas. Certamente que serão destinos para depois.
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    Conheço razoavelmente bem a zona da baixa de Setúbal, tendo já dedicado algum tempo a eternizar alguns dos seus detalhes, os quais podes rever por aqui. Quanto a esta zona circundante à marina nem tanto, pelo que fiquei maravilhada com as potencialidades do lugar para me aventurar com a minha Canon, pois são diversas as paredes que têm grafitis alusivos à pesca, outros simplesmente coloridos ou abstractos (...)! Dei por mim a pensar que seriam locais interessantes para fotografar algumas das minhas opções para dar continuidade à crónica de Maltrapilhos. Recordam-se da mesma? Foi até agora uma das publicações que maior número de visualizações teve (!), sendo que é bom ter um repercutório de spots para esse efeito. Quanto a isso, prometo novidades em breve.
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Não só a arte urbana me impressionou como também os tímidos vestígios da natureza primaveril em contraste com o frio e as folhas outonais caídas no chão. Um misto que foi reactivando a memória da simplicidade de se estar presente no agora.
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Há para isso que deixar de pensar nos problemas corriqueiros e simplesmente treinar esta presença, em que nos permitimos a uma pausa para recuperar energias. Para tal, há que começar por não antecipar o futuro e por aceitar o passado. Afinal, o amanhã será sempre uma incógnita e o ontem é instável. Ele altera-se consoante o tempo passa, assim eu acredito.
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  (Bem, talvez esta frase te ajude a reflectir de outra forma!)
  "É que, a certa altura, a vida é outra e o próprio passsado não é bem aquilo que a gente viveu porque, em cada tempo, há uma forma de olhar, e aquilo que vivemos não está no mundo, está na maneira como olhámos para ele." - Alçada Baptista.
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 É realmente estranho pensar que um dia poderemos, efectivamente, ver o mundo que nos rodeava de uma perspectiva diferente!, o que não significa que este momento presente perca a sua magia(!). As memórias alteram-se e, por isso, nem sempre aquilo que foi o será para sempre assim. Aprendemos com cada etapa da nossa vida e vamos ganhando novos termos de comparação que nos permitem analisar o passado com outros olhos, dando-lhe um novo significado (...)! A meu ver, há uma beleza neste processo de amadurecimento contínuo. Por vezes, as conclusões são dolorosas, noutras tantas são lições pacíficas. Faz parte, certo?
    PS: Acabei de saber que finalizei o meu último ensino clínico em hospital com um notão! (Inserir aqui happy dance! A minha é ao estilo do macaco adriano do Big Show SIC. Anos 90 no auge! 👌)

Puramente Hufflepuff.

February 5, 2018

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Era uma noite de verão como tantas outras. Inicialmemete quente e sossegada, entre amigos que a vida aleatoriamente me apresentou. Mas somente depois de uma sangria a mais (em que o copo está sempre cheio e eu nem sei como! - culpem o meu melhor amigo que tem como missão embebedar-me) é que nos deparámos num cantinho do nosso bar preferido, enroscados em mantas, a discutir um assunto deveras importante no que a amizades diz respeito: Qual a nossa equipa em Hogwarts!?  
Esta foi uma discussão que envolveu uma pesquisa mais aprofundada, pelo que nos embrenhámos pelo famoso site do Pottermore com o questionário do Chapéu selector, para tirar as teimas existentes e analisar a situação caso a caso. Começámos pela tempestiva A. que se afirmava uma autêntica Gryffindor, tendo confirmado essa sua convicção, por natureza aventureira e curiosa, ela insiste em fugir aos padrões da sociedade. Sim, só poderia ser uma Gryffindor! (...) Já eu sabia que a minha personalidade ditaria algo mais estruturado. 
Gosto de planos e de ter os pés bem assentes na terra, sem nunca fechar portas aos sonhos e "ses". E no fundo, continuo a perspectivar as diferentes opções que a vida nos vai dispondo ou quem sabe ir para além disso. Como tal, todos afirmavam que eu seria claramente uma Hufflepuff, argumentando que eu era uma fiel amiga. Os meus olhos brilharam um pouco, mas mantive a concentração no teste. (...) 
Eis que tinham razão. Sou uma Hufflepuff. De todas as vezes que fiz o teste, o resultado foi o mesmo: Hufflepuff!

"Hufflepuffs value hard work, patience, loyalty, and fair play." - Pottermore

  Valorizo sim o trabalho árduo e tenho como valores de base a lealdade ao próximo, a paciência e a justiça. Sou incapaz de me sentir bem se não for fiel aos meus sentimentos ou se por algum momento sentir que estou a magoar alguém. Mas ser um puro hufflepuff é muito mais do que isso. Tem como características uma série de outros princípios, com os quais me identifico. E tu?!

Dedicação
Nesta casa, a lealdade a quem se ama é uma das prioridades!, pelo que se tornam pessoas facilmente confiáveis e, muitas das vezes, vistas como pessoas que podem ser manipuladas. Contudo, é a sua lealdade aos outros e no que acreditam que prova a sua real essência!
Trabalho duro e jogo limpo
Ser-se Hufflepuff é também sinónimo de querer seguir pelo caminho correcto, nem que para isso se tenha que trabalhar mais, quer seja num emprego, num novo projecto ou no percurso académico..! É dar o seu melhor para alcançar o melhor resultado possível por mérito próprio! (...) Nem podem calcular o tanto que me identifico com este ponto! Sou uma pessoa que é reconhecida por ser uma "workaholic" (nem sempre é positivo) e que ultrapassa o que seria necessário para traçar a meta estipulada. Se por um lado é desgantante envolver-me tanto, sendo que disponho muita energia em tudo o que faço, por outro é reconfortante quando vejo os frutos que colho a longo prazo.
Tolerância
Helga Hufflepuff, a inauguradora da casa, dizia "I'll teach the lot and treat them just the same!"; Quer isto dizer que um puro hufflepuff não julga os outros e não faz estereótipos, com o que eu empatizo bastante, pois sou naturalmente curiosa pela diferença e abraço como amigos pessoas que contrastam comigo. Tanto assim o é que os meus melhores amigos são de casas completamente opostas!
Gryffindor e Slytherin! Sim, Slytherin! Apesar de eu achar que o meu melhor amigo tem, no fundo, um coração de ouro, muito embora domine como língua o sacarmo e a ironia.
Bondade
A verdade é que esta casa é a que tem o menor número de feitiçeiros do lado das trevas. São os mais amigáveis e os que possuem menos rivalidades com as outras casas!. Um facto que vai ao encontro desta característica é o de não conseguir guardar rancores. Sei defender o meu ponto de vista, argumeto e até discuto, mas sem nunca cerrar relações ou portas. Não sou de guardar rancores. É anti-natura para mim! Não cabe no meu vocabulário sentimentos de vingança nem expressões de "responder na mesma moeda". Acredito piamente que a melhor chapada perante atitudes menos dignas é a bondade. Deixa o outro desarmado. Sem saber o que fazer.
Paciência
Esta é sim uma característica que eu tenho vindo a apurar nos últimos anos e, contrariamente ao que eu pensaria, todos afirmam que eu sou das pessoas mais pacientes que conhecem (!?). Tento ouvir o outro, mesmo quando isso implica dedicar grande parte do meu tempo aos seus dramas. Aprendi a saber esperar e não estar sempre numa correria é uma sabedoria que a experiência de vida nos vai trazendo e que nem todos alcançam as suas vantagens. Esperar é uma virtude, definitivamente.
Modéstia
Este princípio é muitas das vezes visto como uma desvalorização do ego pessoal (...)! Há quem tenha a necessidade extrema de apergoar as suas conquistas por reconhecimento social. Depois há os que simplesmente se contentam com a conquista em si, sem a expor. Encaro esta perspectiva como uma forma inteligente de nos posicionarmos na vida. Tenho aprendido que as energias que nos transmitem (até de longe) em muito influenciam a nossa visão de quem somos, pelo que nem sempre é positivo construirmos a nossa imagem à luz dos outros. Acredito que é importante sabermos aceitar os elogios que nos fazem sem deslumbramentos. Como o disse antes, com os pés na terra! A cada conquista é importante estar ciente do que é possível melhorar e para tal há que olhar para dentro e encontrar os defeitos, sem menospresar as nossas valências! Ser-se modesto é saber aceitar o mundo com equilíbrio!
A par da brincadeira das casas de Hogwarts, gostaria de saber com que casa se identificam!
E se não acham piada nenhuma a estas andanças ficcionais, por que valores se definem?

Só podias ser tu, Ju | 7 Manias.

February 3, 2018

     Esta rubrica não estava propriamente esquecida. Simplesmente considero que não é tão interessante  assim dar a conhecer as minhas peculiaridades em comparação com os lugares maravilhosos que visito e as fotografias que vou tirando aqui e acolá. Contrariamente ao esperado, tenho recebido mais feedback em publicações, nas quais partilho reflexões e algumas histórias pontuais sobre mim. Por isso, acho engraçado partilhar ocasionalmente alguns factos. Desta vez, são sete manias que ainda hoje estão presentes! Preparados?
  1. Tenho a mania de fazer de guia turística quando visito um local novo ou o dou a conhecer a alguém. O que vocês não sabem é que eu efectivamente estudo antes e procuro pelos detalhes mais macabros. Santa paciência!;
  2. É frequente ouvirem-me dizer coisas como "Sabias que Filipe II de Espanha morreu de um ataque de piolhos?". Do nada! 😆
  3. Tenho o tique de coçar a ponta do meu nariz com alguma regularidade. Foi só no meu primeiro ano de faculdade que uma colega identificou esta minha tendência e todos à minha volta confirmaram. Desde então, continuo com este hábito sem o conseguir controlar, ficando depois aborrecida comigo mesma;
  4. Falo sozinha na terceira pessoa. "Joana, não te esqueças de ir comprar pão, de descongelar o peixe, de..."! Tudo isto ganha toda uma outra dimensão quando o faço em inglês, a conduzir e/ou a pregar sermões à minha pessoa;
  5.  Pesquiso com alguma frequência por casas para alugar. O pormenor é que não tenciono fazê-lo nos próximos meses e estendo as pesquisas para diferentes pontos do globo. Acho que gosto mesmo é de ver casas e de me imaginar a viver nelas;
  6. Partilho também a mania da organização. Sinto-me bem a organizar espaços, ficheiros de computador, fotografias, etc.;
  7. Ando sempre com uma máquina fotográfica atrás para registar momentos. Na verdade, esta mania resultou no facto de ter mais de 90% da minha vida registada. O que vocês ainda não sabem (a restante parte não é novidade) é que eu, muitos antes do sucesso do youtube, fazia vlogs, nomeadamente uma house tour. Ai, Joana Maria... São tesourinhos deprimentes que ficarão para sempre nas profundezas do meu disco rígido com direito a password! Sou, no entanto, incapaz de os apagar!;
  8. Não sei estar quieta. Estou sempre a pensar no que fazer a seguir, quer seja amanhã, daqui a 5 anos, daqui a vinte. Planos, planos e mais planos! Depressa digo que não quero ter filhos, como os incluo em conversas como "Os meus putos vão sofrer com uma mãe como eu!". Incoerência abunda por aqui, o que nem sempre é sinónimo de não saber o que quero.
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Uma pequena mania extra: Inclino com frequência a cabeça para o lado direito para tirar uma fotografia. Porquê? Não sei!

Uma aventura pela Serra.

February 2, 2018

Quem por aqui já chegou há uns tempos, sabe do meu amor pela Serra da Arrábida. É aquele que considero ser o meu cantinho e refúgio espiritual. É lá que me sinto bem em contacto com a natureza e onde procuro a minha paz interior sempre que preciso de uma pausa (...). Este encanto foi-me incutido pelo meu pai, que à minha semelhança (ou eu à dele?) gosta de caminhar e de conhecer lugares novos, até quando existe algum risco associado. É o guia perfeito para estas aventuras, mas já não tanto quando se trata de turismo urbano. Nunca vi ninguém tão apressado! Eu gosto de me demorar e de procurar detalhes insólitos, até mesmo porque os pretendo fotografar. À parte disso, é realmente a pessoa ideal para liderar as nossas habituais caminhadas em família. Tenho saudades do tempo que despendíamos juntos aos fins-de-semana. Hoje em dia torna-se difícil gerir o tempo em que os meus pais se encontram de férias em Portugal para nos dedicarmos tempo a estas aventuras. Quem sabe este verão não possamos repetir a proeza, pois estas fotografias têm sete anos!
E se nós não repetimos a caminhada que hoje vos descrevo é porque ela não é uma caminhada para qualquer um!, pois exige preparação física e um seguro abastecimento de água, para não esquecer que é estritamente necessário um calçado adequado para montanha, bem como roupa que cubra as pernas e braços para evitar arranhões de urtigas e de outro tipo de vegetação rasteira, frequente aqui!
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O percurso de que vos falo hoje é conhecido como o percurso do Monte de Abrão, com o calvário das três cruzes! Já tinham reparado na existência das mesmas? Quando forem à serra olhem bem lá para cima e tentem encontrá-las! É um detalhe que falha a muitos de nós e que é realmente absurdo pensar que é possível ir lá acima! Mas não é nada fácil, porque o percurso, na época, era serrado. Chegámos a escorregar algumas vezes e até nos perdemos. Seria impensável irmos sem GPS, porque as marcações com setas verdes nas pedras são evidentes no início da caminhada, mas não tanto mais lá à frente, em que apenas se observam alguns trapos brancos enlaçados em ramas que temos que desbravar.
Nesta foto em cima estávamos no topo da serra com um declive acentuado do lado esquerdo que nos impunha respeito! Já eu delirei, enquanto a minha mãe só reclamava da vida dela por ter alinhado nisto connosco e a minha irmã se desequilibrava a cada cinco minutos. Sim, nem sempre o meu pai nos prepara mentalmente para estas aventuras, o que torna a experiência bem mais divertida! Eu alinho desde que possa levar a máquina fotográfica comigo! Como podem ver, é um amor antigo! 📷
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O curioso desta caminhada pela Serra são os mistérios que lhe estão associados por entre lendas. Afinal a serra é um dos locais de Portugal com maior registo de fenómenos paranormais e que alguns os explicam com o facto de ser um lugar com uma forte actividade magnética, sendo por isso que em alguns pontos da serra as bússolas não funcionam. Quem nunca ouviu falar do grupo de escuteiros que encontraram uma cidade subterrânea ou de se verem ovnis sobre a linha do horizonte? 😲
Quanto às cruzes, estas foram colocadas por padres franciscanos no século XVI, sendo elas inicialmente de madeira com o objetivo de ligarem o Monte de Abrão a Vila Nogueira de Azeitão - local onde resido e do qual me orgulho, de tão belo que é! Talvez devesse apostar em caminhadas pela zona e contar-vos um pouco mais sobre a sua história! Parece-me que eu mesma me iria surpreender!
Como ao longo dos anos as cruzes foram desaparecendo, o duque de Palmela mandou substituir estas três cruzes nos pontos mais altos por outras 3 de pedra, sendo ainda possível de encontrar algumas à beira das praias de dimensões menores. Entretanto, parece que uma das cruzes desapareceu. Como? Pergunto eu (...). Surgem novamente várias histórias!. Vandalismo, coisas do além ou um tiro certeiro de um míssil da armada. Em resumo, foi novamente substituída com recurso a um helicóptero da Marinha no ano de 2001, pelo que uma delas é bem diferente das anteriores, o que eu pude confirmar, pois estive em cada uma delas!
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O que vos posso também confirmar é o tanto que este percurso é bonito! Pelo caminho ponderámos desistir pelo grau de dificuldade inerente, até que ao chegarmos ao topo de cada cruz fomos imediatamente sujeitos a uma injecção de serenidade. Eu senti-me estranhamente maior. Ainda que fosse uma formiga no meio da serra, senti que a grandeza do local se ampliava em mim, enquanto parte integrante. Faz algum sentido para vocês ou fui demasiado filosófica?
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Por isso, se algum dia quiserem ter a mesma experiência e observar a serra com uma outra perspectiva, preparem-se. Juntem um grupo, de preferência com alguém habituado a estas andanças e aventurem-se, devidamente protegidos e sinalizados.
 Quem escuteiro foi, certamente que poderá acrescentar outras dicas úteis! Recorram aos comentários para o fazerem! Ficaria grata!

A montanha entre nós.

February 1, 2018

Ainda em época de estágio, por entre os turnos malucos, com várias noites seguidas, e recorrente dos horários de sono trocados (com os quais ainda me debato), dei por mim pela madrugada dentro a ver este filme!. Cativou-me o facto de ter a actriz Kate Winslet como uma das protagonistas, juntamente com o actor Idris Elba. O argumento pareceu-me ser simples!, dentro do que seria espectável num drama e romance. Tem uma componente bastante previsível e aí concordo com as principais críticas que li ao mesmo. (...) Não deixa, contudo, de ser um filme que valha a pena ver com atenção pela diferença com que aborda o típico filme em que a sobrevivência é a prioridade!, segundo as mais básicas necessidades fisiológicas. Fez-me questionar se também o amor não o será!

🎬 Trata-se então de um filme que retrata um trágico acidente de avião, em que dois estranhos decidem partilhar uma boleia em uma avioneta perante o cancelamento de um voo entre Idaho e Baltimore. A jornalista Alex casava-se no dia seguinte e o neurocirurgião Ben viajava para realizar uma cirurgia delicada. Perante o imprevisto acabam por criar uma aliança para assim sobreviverem em condições atmosféricas extremas numa remota montanha na companhia de um adorável labrador, cujo dono era o condutor da avioneta alvo de um acidente vascular cardíaco em pleno voo. Quando finalmente percebem que a ajuda não irá chegar, decidem embarcar numa longa caminhada, visto que ninguém sabia onde se encontravam. Atravessam juntos centenas de quilómetros entre gelo, neve, arribas e rios, enquanto a esperança e a aceitação da morte iminente os leva a criar uma ligação forte apesar de terem visões e ímpetos divergentes. (...)
Alex arrisca, pois é impulsiva e aventureira, enquanto que Ben joga pelo seguro com base na razão e pensamento lógico, afirmando até que “o coração é apenas um músculo”. Esta dicotomia é uma constante em todo o filme.
Poderão ver o trailer aqui e se deixarem encantar com as paisagens maravilhosas!

Assim, o que mais me fascinou foi um conjunto de três factores:
  1. A simplicidade com que todo o enredo se centra em duas personagens. A história e a forma como se dão a conhecer recorre da partilha de momentos no presente, sem que se procedam a flashbacks ao passado. É o ali e o agora. Não há uma construção muito elaborada das personagens, e sim uma aposta na relação que ambas criam entre si. Foca-se realmente neste amor inconvencional, mas sem criar momentos de grande intensidade. Aborda a questão de um ponto de vista mais realista e reflexivo;
  2. Para amantes de natureza e de fotografia, a beleza a que este filme nos apresenta é de tirar o fôlego. O impacto visual é realmente impressionante e, a meu ver, é isso que o torna interessante. Caso contrário, seria um filme mediano;
  3. O enredo satisfaz os românticos incondicionais, pois não se fica pela resolução da situação de sobrevivência (que nunca chega a ser o foco) e estende-se à inadequação que ambos sentem ao regressar às suas vidas normais.
Poderia fazer umas quantas piadas sobre o tanto que não seria de confiar em Kate Winslet quando o tema são baixas temperaturas (ah!), quando todos nós sabemos o aconteceu em Titanic. Pobre Di Caprio!(...) Ao invés disso, elogio a participação da actriz que tem para mim uma aura misteriosa e que a faz destacar-se em diferentes papéis. Fica então mais este como uma sugestão para adicionarem àquela que já deve ser uma lista extensa, não estivéssemos nós em época de óscares! Por falar nisso, quais os que consideram ser imprescindíveis de ver? A minha lista já conta com Lady Bird, Dark Hour (para o qual as expectativas são altas! Biografias e História são os meus géneros preferidos!), The Post, Call me by your name e Breathe! Aposto que me esqueci de uns quantos, certo?!