Os melhores momentos de 2017.

December 29, 2017

Sei que o ano está a terminar e com isso é em mim inevitável reflectir sobre o tanto que mudou. 2017 foi o pior e o melhor ano da minha vida. Um ciclo em si mesmo. Começou da pior forma possível: comigo a deixar que o mundo em meu redor não fosse tão bonito quanto ele poderia ser. Permiti que me fizessem sentir menos do que sou (?!?). Agora sei que jamais alguém poderá ter esse poder em mim, que a maldade existe, o egoísmo também, e que tal poderá provir de quem tu amas. Aprendi que nem sempre amar é suficiente ou basta para se bater com a cabeça na mesma parede, que o amor-próprio é valioso, que sou mais eu quando me encontro nos meus pensamentos, e quando alinho no ir. Apenas ir (...)! Descobri que adoro quem sou, que não faz mal gabar-me das minhas qualidades e gozar com os meus defeitos, que sou a melhor amiga que alguém pode ter, que não há nada melhor que conhecer novos mundos na minha companhia, que não me posso levar tão a sério, que expor o que sinto aproxima quem se identifica verdadeiramente, que a dedicação compensa sempre, que agir com inteligência e secretismo não é sinónimo de frieza, e que sou um coração de manteiga que vivia num cubinho de gelo.
Em resumo, este ano foi o ano em que quebrei padrões e me encontrei. E é com uma lágrima no canto do olho que o escrevo, porque não há maior felicidade do que me aperceber que esse encontro desencadeou outros encontros felizes.

Mas e se me perguntarem quais os momentos marcantes deste ano? Teria que reflectir um pouco (ou talvez não tão pouco assim!), o que resultou na escrita desta publicação, em modo de retrospectiva (...). E estes são os meus textos preferidos de se escrever, no sentido em que gosto do desafio de parar e de pensar, para depois se seguir em frente e se fazer melhor. É realmente terapêutico (!). Assim, creio que posso destacar 5 momentos que fizeram a diferença e que me conduziram a um final de ano repleto de aprendizagens. Sim, é nisso que o meu ano se materializa. Em lições, que jamais esquecerei!

Viajar Sozinha
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Logo depois de terminar um dos estágios que mais gozo me deu até hoje - cirurgia no serviço de internamento geral do IPO em Lisboa, viajei rumo à Alemanha para ir ao encontro de amigos. O auge foi este dia de escala em Londres. Um dia lindo de Inverno, em pleno mês de Fevereiro, em que de mochila às costas caminhei por entre os principais pontos turísticos da cidade. Já antes tinha viajado sozinha.
Movimentar-me no aeroporto e viajar num avião com desconhecidos é me natural. Turistar já não. E nunca antes me tinha apercebido que não o fazia por sentir que precisava de companhia para o fazer (?!). Foi assim que descobri o quão bom é viajar sozinha... Fazes o teu rumo, conversas mais facilmente com quem encontras do que se estivesses em grupo, estás mais atenta aos detalhes que te rodeiam e sentes-te mais presente no momento. Foi o que aconteceu comigo...! Depois disso só pensava no tanto que quero repetir a experiência. Fui ao Porto numa escapadinha em Maio e por aí me fiquei por falta de tempo. Desde então aventuro-me por locais mais perto de casa e até ao cinema é frequente ir sozinha. Não é bom gostar de estar connosco? Somente este ano o compreendi verdadeiramente.

Não sei se o referi algures numa publicação anterior. Acredito que não, visto não ter sido a blogueira mais assídua por aqui no decurso do último ano lectivo, e de no Verão passado ter estado focada nas publicações de viagens pelo norte, que vocês tanto gostaram. Muito obrigado pelo feedback!
Recordo-me muito bem do dia em que recebi um email da universidade!
Eram nove horas da manhã, algures no final de julho. Abri os olhos ao ouvir a notificação e saltei da cama sem o ter lido ainda (!). Eu sabia que a minha média era boa. Sabia que nos anos anteriores não tinha tido direito à bolsa de mérito por não cumprir todas as cláusulas, eis como estar inscrita a uma totalidade de créditos, pois tive algumas equivalências devido ao meu curso anterior.
Como tal, eu sabia que este ano iria ter a possibilidade de me dedicar a 100%. O que não esperava era ganhar a totalidade da bolsa!, ou seja, estou a frequentar o meu último ano de curso completamente sem custo nenhum a nível de propinas. Tem um gostinho especial depois de tanta dedicação!
Especialmente depois de alguns tropeções e recuos, como é bom esta validação! A auto-estima ficou bem lá em cima, confesso.

Orgulho-me de ter encontrado o balanço certo entre a minha vida pessoal e os estudos. (...)
Não foi fácil, mas é possível de o fazer, com algumas jantaradas e amigos pelo meio, cinemas e passeios por Lisboa. Ah, e com algumas olheiras e corrector.


Pintar o cabelo & Perder Peso IMG_2190
Este não é um momento em si, mas sim todo um culminar de pequenas mudanças no meu estilo de vida, que se tornaram cada vez mais notórias algures em Maio. Em Janeiro decidi mudar radicalmente a minha forma de perspectivar o meu corpo. Queria gostar do que via ao espelho e, mais uma vez, esta foi uma das minhas resoluções de ano novo para 2018 (!). Sempre fui exigente e muito pessimista para comigo, em todas as áreas da minha vida e nesta penalizava-me em excesso por nunca alcançar a minha meta. Eis que fazia o oposto do que sabia ser necessário alterar. Alimentava-me mal, dormia pouco e cuidava ainda pior de mim. Não me refiro apenas à questão física. Pintar o cabelo de preto foi a prova dos nove para dar o empurrão. Queria ter um contraste com este meu novo "eu", entendem? Queria provar-me de que conseguia visualizar uma Joana mais mulher, menos menina. Arrisquei e fi-lo sozinha em casa. Correu tão bem que passado um ano mantenho a mesma cor, sendo fiel à mesma marca. Depois daí, inscrevi-me no ginásio e criei rotinas. Deixei de parte alguns produtos alimentares, como o leite e fui aos poucos adoptando uma dieta mais saudável, ao ponto de me aperceber que já não incluía instintivamente a carne nos meus pratos. Daí a gostar de me ver com roupas diferentes foi um passo. Usar saltos altos no meu dia-a-dia deixou de ser motivo de insegurança, e quando dei por ela tinha menos 10 quilos. Quais são os truques? Conta não morar com a minha mãe, que me engorda (este mês já engordei três quilos) com tanto mimo, e estagiar por turnos? É certamente uma ajuda. Mas gosto de acreditar que foi um investimento na minha pessoa que me proporcionou esta mudança e que resultou num acréscimo para a minha auto-estima, novamente. Ainda é um trabalho contínuo, com os seus altos e baixos, mas que marcou este ano pela positiva.
Mostrou-me o poder que a confiança em nós pode ter. E que não há mal nenhum em ser-se vaidosa!
Alguns de vocês - leitores, na sua maioria com blogues pessoais - talvez se recordem de mim devido a blogues anteriores (?). Há uns anos escrevia num blogue que chegou a alcançar um maior número de visualizações. Isto numa altura em que ser blogger não era trendy e se escrevia efectivamente por gosto, sem interesse em negócios. Encerrei-o por achar que pouco tinha a divulgar num meio em mudança.
Talvez não tivesse a mesma visão que tenho hoje. E regressei, por isso, com milhentas ideias e com um plano mais concreto do que seria o foco do blogue. A fotografia e as minhas viagens. Continuo a fazer os meus diários de bordo em cada lugar que visito. Fora ou dentro do nosso país. Acredito que mais voos se seguirão e que farei descrições com conteúdo. E disso muito me orgulho. Gosto do visual doce do cantinho e do rigor em cada publicação. Gosto ainda mais de ser um compromisso sem regras. É o meu passatempo preferido!
Pretendo, por isso, ficar por aqui e renovar o foco do blogue. Dar mais de mim e falar do que gosto para além das viagens e fotografias.
Testei uma rubrica e deixei-me pela sua estreia. Gostaria de retomar a coragem e ver no que dá. Afinal, os maltrapilhos da Ju mantêm-se numa das categorias com mais visualizações! Quem sabe 2018 não seja o ano em que perco definitivamente a vergonha e me deixo estar em frente das câmaras? Fará parte desse trabalho contínuo de que vos falei.
Acho que prefiro guardar as palavras para mim, desta vez. Há coisas que devemos preservar e proteger. Mas como é bom sentir que tudo pode mudar. Que este investimento de que vos falei pode trazer coisas tão boas para a nossa vida que nos fazem quebrar todos os nuncas que já proferimos. Perder certezas pode ser positivo. E criar novas definições de amor também!

Um Natal diferente.

December 27, 2017

Aqui estou eu de volta! Prometi contar-vos como foi o meu Natal, uma vez que este ano a minha família do lado paterno se juntou num restaurante recém-fechado, sendo que o dono nos cedeu o mesmo para nos reunirmos. A minha família já é grande, por sinal. Este ano a minha geração de primos foi muito produtiva e tivemos um acrescento de três bebés: uma Alice (um dos meus nomes preferidos e que já me roubaram para um dos meus eventuais não-futuros-filhos que eu digo que não quero ter, mas cujos nomes já estão escolhidos e listados - Mulher Complicada!), uma Catarina e um Leonardo. Também se fazem homens nesta família de mulheres! Eis que tinha tudo para ser um Natal divertido, como o sempre é. Reina a boa disposição e as brincadeiras. Sempre assim foi. Acontece que, infelizmente, este não foi o Natal que eu imaginava. Tive que fazer de enfermeira durante a noite de consoada para o dia de natal, o que me têm vindo a preocupar bastante nos últimos dias. Mas nem sempre podemos mudar o mundo em nosso redor. Apenas podemos fazer o possível. Tentei activar o botão de desligar dos problemas e focar-me no momento presente. Consegui, por momentos, envolver-me na magia e espírito natalício. Comi bem mais do que esperava e há conta disso estou com uma crise de acne, tantos foram os chocolates e doces. À parte disso, fiz de fotógrafa de família e persegui os mais novos. Quero ganhar experiência e explorar a minha máquina em diferentes contextos. Além de que dar fotografias como presente é para mim algo valioso. São memórias que se preservam! E assim o fiz!
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Apesar de ter comido bastante, é costume perder o apetite quando vejo a mesa dos doces tão cheia. A desgraça acontece nos dias que se seguem com as sobras. Quem mais se acusa? As rabanadas são e sempre serão o meu calcanhar de aquiles. Não há bolo-rei que me convença ou filhoses suficientemente boas. Mas eis que finalmente se acabaram os restos e não há vestígios do Natal por casa. Estou safa e de volta à minha dieta habitual. A minha mãe anda por cá a dominar a cozinha, por isso ainda cometo uns desvios, resultantes dos habituais mimos de mãe. (...) Depressa volto aos meus cozinhados com quinoa e afins. Talvez os comece a partilhar por aqui. Porque não? (Gostariam de um cantinho com receitas vegetarianas pelo blogue?)
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Como poderão imaginar, não posso partilhar as fotografias por uma questão de privacidade. Posso sim partilhar as tradições que vamos criando em família e que acho serem um bom exemplo. É usual não darmos prendas aos mais velhos. O Pai Natal é sorteado, um pouco em modo de batata quente, e distribuem-se os presentes dos mais novos. Depois segue-se um bingo, com direito a bola giratória com os números a sair. Fiquei encarregue de informar a plateia do número que saia. Ora "Sai a bola número dois!", a qual corresponde a um dos presentes de valor simbólico de um euro, que cada um leva sem ninguém previamente atribuído. Este pormenor torna o desembrulhar da prenda num momento engraçado e criativo, pois acontecem coincidências muito peculiares. Eu, por exemplo, recebi uma moldura e dei um conjunto de quatro copos de cozinha. Houve quem recebesse um desodorizante, um corta-unhas, velas, uma fita-métrica, entre outros. É brincadeira para durar mais de uma hora, entre comes e bebes. Sim, porque a esta hora já estamos todos animados, sendo que a única distracção possível são dois dedos de conversa, saltando-se de lugar, a música de fundo e um tapete central para os mais pequenos brincarem (plus, uma Ju).

É por isto que acredito que irei sempre gostar desta forma descomplicada com que a minha família paterna se junta. É ganhofa na certa que a todos contagia. É estar rodeada de primos que me moem o juízo com piadas sobre a minha vida, mas é a minha família. Espero um dia proporcionar o mesmo ambiente no seio da família que constituir. Acredito que sim.

Um briol na Wonderland.

December 23, 2017

Nem imaginam a minha felicidade enquanto escrevo esta publicação e me apercebo do tanto que o meu cantinho transparece o espírito natalício. Gosto desta época do ano, embora não seja pelos motivos que dão origem ao mesmo: os de foro religioso (...). Não sou católica, nem baptizada. Não pratico qualquer religião. Tenho afinidade com diferentes filosofias de religiões diversas, o que poderá ser confuso para alguns, pois não me encaixo numa só. Acredito sim em energias. Assim, o natal é para mim uma altura do ano de boas energias. As minhas memórias são das mais bonitas que possam imaginar, rodeada de família e de boas histórias para partilhar. Sou uma sortuda! Se me perguntarem se vivo o natal com a mesma intensidade que em criança, certamente que não. Gosto sim da reunião familiar que este promove, não tanto dos doces típicos da consoada, mas dos chocolates e cheiros intensos. Gosto sobretudo das luzes de natal e das ruas decoradas. Creio que seja isto o que mais me fascina. Não posso esquecer os mercados de natal, que tanto me encantam por esses fóruns fora nas principais cidades europeias. Felizmente é uma realidade que chegou cá, sendo agora frequente vermos barraquinhas a vender comes e bebes, bem como peças artesanais em cada cidade ou vila. Em Lisboa tornou-se uma tradição ir à Wonderland em pleno parque Eduardo Sétimo. Este ano prometiam mais e melhor. Será que assim o é?
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  E foi num Domingo em pleno jogo futebolístico, que faz parar meio mundo, que fui jantar à Wonderland. Fomos de metro, temendo a habitual confusão para estacionar. Não se sucedeu. A feira estava sossegada, não estivesse um frio de rachar, como diz o povo. Depois de uma primeira volta lá nos decidimos pela ementa. Consegui ser fiel à minha dieta com um hambúrguer de atum. Aí sim, apercebi-me que a Wonderland se resume a comida. Digo-o sem um tom pejorativo. Afinal, era o que eu procurava..! A pista de gelo, essa sim, é uma desilusão para quem, como eu, já se estreou em pistas de gelo e não de acrílico, como é o caso. Pareceu-me maior, contudo. Averiguei e a mesma é possível de usufruir gratuitamente. Só terão de esperar uma eternidade na fila (e como eu odeio ter que esperar!). A roda estava particularmente pouco iluminada para o que me recordo de anos anteriores. Como tal, se lá tencionarem ir - caso não o tenham feito ainda - aconselho a irem para encher a barriga. É que convem preparar o estômago para as loucuras de natal! Ir para fotografar e brincar com as luzes também é válido! Eu entretive-me exactamente com isso. Ora vejam...
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    E certamente que para o ano regressarei para fotografar novos detalhes e comer ainda mais. As opções eram imensas e a escolha fica difícil quando se gosta de tudo um pouco, até para quem, como eu, não come carne!. A sugestão para o ano fica numa maior aposta da organização em barraquinhas de artesanato, onde poderemos encontrar as ditas lembranças de natal de valor simbólico. Eu gostaria.
Por falar em presentes, recordo-vos que essa não é a verdadeira essência do Natal. Na minha família trata-se de uma reunião familiar e a distribuição de prendas resume-se a uma variante de amigo secreto. O desafio aqui é encontrarmos o utensílio mais útil ao menor preço possível. Há uns dois anos encontrei cinco canecas de vidro de cerveja por um euro! Este ano não fui tão original na escolha, mas será galhofa na certa, visto que temos por nossa conta um espaço só para a ceia e almoço de natal. Estarei cá para contar como foi! Até lá que a vossa mesa seja recheada de amor. Muito amor!

Natal em Óbidos.

December 22, 2017

O mês de Dezembro foi uma autêntica correria por ser coincidente com o final do semestre, com aulas e entrega de trabalhos (nos quais eu tendo a dar o litro em prol das boas notas, as quais são sempre um dos meus objectivos), intercalados com os turnos do último estágio em contexto hospitalar. Já vos disse que me encontro a estagiar numa unidade de cuidados intensivos?(...) De momento encontro-me de férias, na recta final, a preparar-me para um retorno em que terei que provar o que sei, mais uma vez. 
Ainda assim, foram dias de equilíbrio, em que apesar de não ter escrito muito aqui (com pena minha - pois acreditem que continuo a apontar ideias num caderno e nunca lhes dou azo), me preocupei com registar os melhores momentos. Afinal, fotografar é me inato, e sempre que tenho um pretexto para passear opto por o fazer desmesuradamente...! Ora, foi o caso num dos passeios de fim-de-semana com o meu rapaz, que planeia a coisa ao ponto de eu só ter que me deixar ir. Se os jardins do Bombarral foram o destino anterior, desta vez fomos a Óbidos à Vila Natal. Nunca antes lá tinha ido em épocas festivas e tinha bastante curiosidade!. Chegámos a meio da tarde, com o cheiro abundante a castanhas. Pagámos sete euros cada um (por adulto) e pudemos desfrutar de todo o espaço, sendo que apenas uma pequena parte é paga - a que é exclusivamente dedicada à vila natal em si, ainda que todo o interior das muralhas do castelo esteja decorada, com lojas artesanais abertas, bem como restaurantes, bares e cafés.
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Por cada recanto encontram o logótipo da Coca-cola, marca patrocinadora. Poderão encontrar duendes a fazer publicidade à mesma, com músicas e coreografias, de forma estridente e engraçada. Eu fugi deles.
E já dentro da vila irão encontrar diversas actividades para passar o tempo, sendo que a sua maioria se destina aos mais pequenos, como é o caso das pinturas faciais, dos trampolins, do palco com espectáculos de sabão e bolhas, da rampa de gelo, do jogo de croquet e da casa do lago, do duelo de cotonetes e de bolas, do presépio e da visita à casa do pai natal, cuja fila estava avultada. Algumas outras actividades pagavam-se, como é o caso do carrossel e dos burros do magoito para se montar. De resto, as opções de comida eram escassas dentro do recinto da vila natal, sendo o espaço bastante mais pequeno do que o esperado. Ainda assim, é um destino que eu aconselho durante esta época, especialmente para quem tem filhos com menos de doze anos. Contudo, não tão pequenos assim, porque andar com carrinhos de bebé será um desafio durante o fim-de-semana (especialmente nestes dois últimos que se avizinham).
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O expresso de Natal é também ele uma das diversões que se paga para além do bilhete de entrada (creio que 1,50€), sendo que é um circuito pequeno, e nos meus olhos de adulta, um tanto ou quanto decepcionante. Esperava mais, mas a verdade é que é o essencial para deslumbrar os mais pequenos.
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Mas não esperem ver somente os miúdos a delirar. Neve artificial também é alvo de risos e de smartphones no ar para registar o momento. Conseguem contar o número de pessoas a fazê-lo?
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E depois de tanto vasculharmos entre filas e encontrões (estava a abarrotar de gente), optámos por nos limitarmos ao que a vila de natal proporcionava de melhor: os doces com chocolate. Um waffle com nutela vem sempre a calhar, certo? Ou um crepe, ou um Rafaello...
Ou até uma ginga de Óbidos, da qual eu não sou apreciadora. (...) Tudo o resto teria sido melhor se tivesse fechado os olhos. As castanhas foram só o aperitivo antes do jantar: uma pizza dentro do carro com vista para a ponte 25 de Abril. Não vos soa a um plano ideal, ainda que tenham que enfrentar um briol daqueles? Ultimamente o lema é nariz frio, mas coração quente.

Pelos jardins da Bacalhôa, no Buddha Eden.

December 17, 2017

  Algures no verão de S.Martinho, em que as temperaturas estavam a condizer, fui passear pelos jardins da Bacalhôa - o Buddha Eden, no Bombarral. Acredito que já tenham ouvido falar do mesmo. É um dos maiores jardins orientais na Europa, sendo que a sua construção partiu da iniciativa de protesto contra a destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, facto que eu desconhecia até então.
O jardim tem diferentes espaços, os quais propiciam boas fotografias e panorâmicas, apesar de não ser o caso, a meu ver, pela pequena selecção de fotografias que vos trago aqui hoje. Penso que não transmitem a grandeza do local, no entanto dá para ter uma breve ideia da diversidade de ambientes presentes. A entrada em tons de azul é semelhante à existente aqui no meu local de residência, em Azeitão, onde se localiza a sede da empresa de vinhos da quinta da Bacalhôa. Poderão encontrar também aqui as estátuas de terracota em azul, os budas e pagodes em cada recanto. O foco central é o lago e a escadaria avermelhada com os simpáticos budas dourados, onde é certo que irão tirar uma fotografia sentados na sua barriga. Acuso-me. Tudo isto por apenas 4 euros.
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Gostaria de ter mais conhecimento sobre o budismo em si para que a experiência fosse ampliada, contudo foi o suficiente para apreciar as vistas. Precisarão de apenas 2 horas ou menos para vasculhar tudo, mas aconselho a que disponham de algum tempo extra. Foi o nosso caso, num dia lindo de sol, sendo que aproveitámos para almoçar por lá no refeitório.
Também existe a possibilidade de realizarem uma prova de vinhos - o que faz sentido, bem como de conhecer os 35 hectares do jardim através do comboio que vai circulando, o qual penso que não valha a pena. Isto porque a pé descobrem cantinhos com maior detalhe. Foi o caso da secção de escultura contemporânea e moderna, com exposição de peças de Joana Vasconcelos, entre outros, as quais são regularmente substituídas. Uma outra parte do jardim - e a que mais me agradou, foi o jardim de esculturas africanas. A sua maioria retratava a fertilidade e o calor humano, por entre vegetação abundante e que contrastava com a restante parte mais oriental do jardim.
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   Nesse sentido, foi a diversidade que mais me fascinou. Contudo, esperava um espaço maior e não tão isolado. A quinta dos Loridos fica a cerca de duas horas de Setúbal, pelo que é ainda uma distância considerável para visitar um jardim que pouco mais tem em seu redor. Quem sabe a caminho de Óbidos não seja o programa ideal? Por falar em Óbidos este foi o destino do último fim-de-semana, pelo que será de esperar conteúdo natalício por aqui. Afinal, encontro-me de férias, preparada para mais um Natal em família. Este ano diz que promete! Vamos reunir-nos num espaço reservado e será a galhofa total entre a avalanche de primos, tios e criançada. (...) A par disso, tenho partilhado bons momentos com alguém especial que me faz querer ganhar raízes. Saiu-me cá uma prenda! Isso sim!
Retorno com novas publicações recheadas de conteúdo e com muitas novidades! Não me faltam ideias! Só tempo! Mas tudo se resolve!

O tempo de se beber um café.

December 9, 2017

  Tenho chegado à conclusão de que os melhores momentos são aqueles que não planeio, que surgem do nada, sem estar à espera. Talvez no fundo já estivessem, de certa forma, programados para acontecerem assim. Gosto de acreditar que sou pragmática e que o destino é coisa do acaso. Mas quando tudo se alinha com uma perfeição matemática começa-se a desconfiar de algo. De  repente tudo parece fazer sentido. Um sentido estranho, mas que agora dá razão até às lágrimas em vão... Afinal, o que sempre sonhei e idealizava como sendo o amor ideal, existe. É é tão simples de o viver. Julguei-me exigente na matéria quando, no fundo, o que pedia era pouco para tudo o que dava em troca. Habituei-me a conter. A dar menos. A guardar e ir de pé atrás... até que surges tu. Sem avisar! Bastou-me apenas um café, três horas de conversa, e uma bateria do carro à vida (...?), para perceber que algo especial tinha ali florescido. Algo maior, e que me veio desconstruir uma data de preconceitos. Desenhaste sorrisos e deste-me a certeza de que o meu jeito de amar, presente, tinha valor.
A leveza de cada momento assim o confirmou. Foi simples. Simples demais, por vezes, rápido - assim me pareceu. Mas como poderia ser devagar quando duas pessoas se encontram no momento certo das suas vidas?
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Recordo-me do dia em que me perguntaste quanto tempo é preciso para se saber que amamos alguém? Recordo-me de pensar que talvez bastasse o tempo de se beber um café, mas decidi omitir esse facto. Disfarçámos mal. Na verdade, acho que nem tentámos.

[Tenho andado desaparecida, em modo zombie. Ando a viver a vida em modo piloto automático, à excepção dos momentos em que me obrigo a parar para ser feliz. Em breve, espero encontrar o equilíbrio necessário para me dividir entre as tantas coisas a que me dedico. Algo me diz que mais coisas boas vêm a caminho, por mais difícil que seja gerir o meu mundo nesse turbilhão.]

O dilema dos pastéis de nata.

November 28, 2017

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Eu estou com um problema grave e peço-vos que não menosprezem o meu sofrimento com esta situação. Há já alguns dias que não me aguento sem comer um pastel de nata. É só vê-los e não resisto! De gulosa tenho pouco. Prefiro salgados.
O problema é que o pastel de nata é o meu calcanhar de Aquiles. Recentemente, em fases em que o meu discernimento está omisso por uma nuvem de nome TPM, não lhe consigo dizer que não. Aumentei de peso com estas minhas aventuras e não paro de pensar no raio do pastel ali na prateleira à minha espera. Até já pensei em comprar os congelados de uma marca de supermercados, cujo nome é deveras peculiar para a temática, em caso de emergência, não vá eu sair de casa com roupas pouco próprias para os comprar. Não seria uma primeira vez e não me orgulho disso! Preciso de ajuda. Como resistir? 😐

Pela Livraria Ler Devagar com Pietro Proserpio.

November 27, 2017

Escrevo estas linhas em casa, de robe, com o aquecedor ligado e com um pacote de lenços ao meu lado. Com alguns grau de temperatura acima da minha média e com uma fadiga extrema que me pesa no corpo!. Dormi até tarde e com o tempo cinzento lá fora não há nada melhor do que uma boa leitura. Apetece-me deixar os livros clínicos de lado. Por uma vez só... Ando atulhada em horas de estágio, em trabalhos para entregar e aulas. E claro, com alguns extras - alguns dos quais surgiram vindos do nada, ou sem nada eu esperar (?). Quem diria que a forma como perspectivamos o futuro pudesse mudar tanto e tão depressa? Reflexões retrospectivas de parte, dei por mim com saudades dos tempos em que o meu segundo habitat eram as diversas bibliotecas de Lisboa. Há cerca de um mês, quando o Verão Outonal andava por aí, fui ao Lx Factory e decidi-me a entrar na biblioteca Ler Devagar. Já por lá tinha passado à porta. Desta vez entrei com as expectativas elevadas, a ver pelas várias fotografias no Instagram (diz que é um local trendy), no qual mantenho um álbum com destinos que pretendo visitar. A lista já vai extensa, o que muito tenho a dever a alguns de vocês que por aqui me lêem, e este é um dos locais que já posso finalmente riscar. Contudo, confesso que a primeira impressão não foi a mais satisfatória. De biblioteca este espaço tem pouco. É sim um conceito diferente. Uma livraria com um toque retro, com um espaço para se beber um café e se ir ficando, com um cantinho para gira-discos e exposições.
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     💬O meu primeiro pensamento foi algo como "Não estou em Portugal!", o que começa a ser recorrente em Lisboa e não somente no centro da cidade em si. Não ouvi uma única palavra enunciada na nossa língua, o que terá certamente o seu lado positivo como outro negativo. Afinal, estaremos nós a saber vender a nossa cultura e tradição ao mundo ou a modificá-la enquanto produto? Fica a questão..! Nem eu mesma tenho uma opinião ainda formada sobre o assunto.
    Retornando à temática, este é sim um espaço para quem se quer perder à procura de nada em concreto. Apenas vasculhar. Não vão lá apenas para tirarem a fotografia de praxe na escadaria com as personagens em cartão circulantes. Não! Deixem-se ficar. Conversem e perguntem. Foi assim que conheci o senhor Pietro Proserpio, que me brincou com um "Hello, do you want a private guide session to my little exposition?" com um sotaque amoroso em italiano. Ele mesmo se apresenta como sendo o Gepeto com a ajuda da mecânica e das suas traquitanas. Ele rapidamente diz que não se tratam somente de engenhocas e sim de objetos cinematográficos (?). Eu não percebi a associação, mas o encanto e a meninice com que contou a história de cada um dos objetos que criou é o suficiente para que valha a pena.
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Pietro Proserpio tem 77 anos e vive em Portugal desde míudo, constituiu família por cá, casado com uma portuguesa, e diz que foi com os netos que construiu vários "Pinóquios". Oooh! Agora reformado é uma presença assídua na Livraria. Faz parte da sua rotina e ajuda-o a passar o tempo na sua velhice. Diz ele que nós somos escravos do tempo, sempre a correr em função do mesmo, e que ainda assim em Portugal corremos para chegarmos atrasados. Brincadeiras à parte, estarão cerca de quarenta e tal minutos a perguntar-vos o porquê de estarem ali, de boneco em boneco, a ouvi-lo. A questão é essa. Não é pela peça, pela formiga que dança Michael Jackson, ou pelo homem de cartão sentado num uniciclo, em movimento em direcção a uma lua em quarto crescente. Nem mesmo pela peça gigante à entrada com uma bicicleta, também de sua autoria. É sim por comentários de Pietro, tais como: “Este é o sonhador, porque sonha chegar à Lua com o seu chapéu-de-chuva. Se chegasse à Lua já não era um sonhador, era um americano”.
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  Por isso, se tiverem tempo, disponibilidade de ouvir e vontade para dois dedos de conversa não se esqueçam de entrar na livraria para além da foto de praxe. É que o autor de tais recortes de cartão pendurados no tecto têm o seu autor lá dentro à vossa espera. Irão rir-se muito com ele! Garanto-vos! É também uma grande lição para quem como ele tem o seu hobby ali de lado, sem lhe dar o devido mérito.

Meu querido Starbucks.

November 9, 2017

   Recordo-me bem da primeira vez que experimentei um dos cafés do Starbuck. Essa mafia dos cafés que vicia qualquer um que se preze a experimentar os seus lattés e Frappuccinos. Engane-se quem vá a medo, meio perdido, e peça um simples café!.., ainda que seja de grão e com um sabor completamente diferente. Aquilo é água de lavar pratos para o comum português!
  Ora, depois da primeira má experiência, dei por mim a dar-lhe uma segunda tentativa, e mais uma terceira, e outra, e mais uma, até ser recorrente. Viciei-me no café mocha! E logo depois deixei-me levar pelas más influências do meu melhor amigo, e o nosso spot passou a ser o café do Starbuck. Acho que juntos já experimentámos a gama todo do menu. Portanto, aqui me confesso: sou viciada em Starbuck. 
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A mais recente descoberta foi o Latté de Pumpkin que só está disponível sazonalmente durante o Outono. Mal o provei, arregalei os olhos com a explosão de sabores e facilmente se tornou no meu favorito. Quem diria que abóbora e canela seria uma combinação tão boa num batido? Sou a favor e acreditem que irei testar uma receita inspirada nesta conjugação. Até lá, é verem-me com esta cara de quem queria mais, mas não dá porque é carote. Vamos lá ajustar os preços à realidade portuguesa? Mas se forem como eu, assíduos, sempre podem ter um cartão de sócio ou estar atentos a eventos como este. Compensa! Basta estarem conectados às redes sociais da companhia, porque são muito presentes e interactivos com os seus clientes.
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Também são fãs do Starbuck? Ou consideram-no overrated? Eu cá sou adepta, consumidora regular e é certo que se me querem ver feliz é numa tarde fria de Domingo à beira-rio, algures por Belém, enrolada na minha manta andante, a beber um café quente.
Também sou muito feliz a escrever por aqui, pelo que prometo regressar com mais fotografias e reflexões que me são já características...
Há tanto por partilhar e tão pouco tempo para o fazer! Há, no entanto, coisas que de tão boas, apenas as queremos guardar, com medo de as estragar, como se ser-se feliz fosse impróprio... Uma ofensa para terceiros, quando um sorriso é algo contagiante. Eu cá ando pelas nuvens, com uma paciência de santa para os problemas corriqueiros, porque melhor que encontrar o nosso café preferido é chegarmos à receita ideal por mérito próprio, até que um dos ingredientes se torna no complemento que faz toda a diferença. (Bela metáfora!)

Music Vibes #4

November 6, 2017

  Tenho estado ausente, mais uma vez, das lides da escrita. Quais os motivos? Os mesmos de sempre. A minha vida é uma correria. Ainda assim, eu tenho conseguido gerir a quantidade avassaladora de trabalho com as folgas do estágio e com a vida social, por entre amigos e afins. Permiti-me a algumas aventuras, a reencontros com o meu passado e a abrir portas à novidade...! Uma novidade assustadora, mas que tem sido o meu trevo de quatro folhas. Afinal, é bom deixar a vida acontecer. Sem expectativas e sem regras bobas. É ir e ir...
"Tu és trevo de quatro folhas, É manhã de Domingo à toa, conversa rara e boa, Pedaço de sonho que me faz querer acordar para a vida. Tu que tem esse abraço casa... ". Posso cantarolar esta música a toda a hora? Posso? Posso? 🍀

Enfermagem não faz de mim uma pessoa melhor.

October 21, 2017

   Há dias dei por mim sentada no meu quarto durante uns bons minutos, meio perdida. Tinha acabado de acordar, sem saber que horas seriam, ao ponto de nem me conseguir orientar no tempo. Seria de manhã? De tarde? Já tinha vindo do turno? Ou ainda não...? Seria já o dia seguinte? Certamente que em algum momento de cansaço extremo já experimentaram esta sensação (?), quanto muito em estado de ressaca. Acontece que tem sido algo recorrente por aqui devido aos turnos que tenho feito. Sempre afirmei que gosto desta rotina de turnos. Qualquer hora é rentável. O mundo da Enfermagem permite-nos rentabilizar o tempo em qualquer momento. Não é somente um trabalho que terá que esperar pelas 9 horas do dia seguinte. Não! É por isso que cada vez mais gosto de vestir a farda a qualquer hora do dia. No entanto, tudo tem o seu mas. E aqui vos trago o meu desabafo.

O curso de Enfermagem tem sido para mim um mundo de redescoberta e auto-conhecimento pessoal. Abriu-me portas para um futuro que eu nunca idealizei nos mais infindáveis planos de adolescente (...) - aquela miúda que se dedicava aos estudos e ambicionava grandes metas. Significa isto que foi a Enfermagem que me fez mudar as directrizes. Quero agora coisas diferentes. Encontrei a minha vocação, o que aliado à minha personalidade persistente acredito que vá ser sinal de grandes voos, efectivamente, senão literalmente. Contudo, há algo que eu não posso dizer, e que por norma choca um pouco as pessoas em meu redor. Não alinho em falácias e no que é poético de se ouvir só porque sim. Considero, por isso, que...

Enfermagem não me tornou numa pessoa melhor. Mais atenta ao outro.



  Quando o digo sinto que há todo um espanto. Enfermagem tem certamente os seus problemas e lutas próprias, e está também rodeada de inúmeros floreados. (...) Ser-se enfermeiro é socialmente visto como ser-se boa pessoa, bom samaritano, é ser-se prestável e não dizer não. É recorrente perdir-se ajuda ao vizinho enfermeiro para dar aquela injecção. Afinal, não lhe custa nada. Ou um conselho sobre o aleitamento do mais novo. Senti isto pela primeira vez quando ao por conversa com um idoso na rua, este me disse: "Aaah, vê-se mesmo que vai ser Enfermeira! É tão simpática! As pessoas, hoje em dia... nem reparam.". E eu perguntei-me porquê? Sempre fui assim. Sempre existiu em mim esta componente da comunicação e de observar o outro. É algo meu. Não o aprendi num único livro. E acreditem que li muito sobre a visão holística da pessoa segundo cada uma das teóricas de enfermagem. É das primeiras coisas que se ouve na escola. 
Terá sido isso que me moldou a esta minha forma de estar? Eu respondo-vos que não. Enfermagem até certo ponto abre-nos os olhos ao lado mais humano da pessoa, por a encontrarmos em momentos da sua vida de maior fragilidade: a doença, a morte, o parto... 
Dá-nos sim experiência de contacto com realidades diferentes e que de outra forma nos levariam mais tempo a coleccionar enquanto aprendizagem no nosso pequeno percurso de vida. Mas Enfermagem também nos formata. Ao longo do curso aprendemos técnicas, teorias, lemos artigos, fundamentamos, reflectimos e (...) depois na prática cada um executa de forma distinta (o que não significa que esteja errado). Em cada estágio alguém nos incute essa forma de estar (a sua) como a certa. Sente-se de perto uma hierarquia presente de estudante, que deverá ser passivo, a orientador que nos diz o que fazer. Tenho encontrado algumas excepções no caminho. Ainda assim, a formatação existe. Aquele método mecanizado do fazer-fazer-fazer. E isto é algo que me dizem em jeito de sabedoria de quem se acha muito mais experiente nestas andanças da vida (e às vezes são até mais novos do que eu - embora a idade não seja indicativo): "Fazes isso assim porque ainda és novata! Faz isto primeiro e depois aquilo. Não podes estar 20 minutos a falar com o cliente (...)". E eu penso cá para com os meus botões que o melhor é não questionar muito e entrar no comboio. Absorver o que há para aprender (e a nossa escola é das melhores do mundo), filtrar os bons exemplos, e seguir caminho, perspectivando a autonomia que terei para gerir os meus cuidados enquanto futura Enfermeira. Há-de chegar o dia em que poderei realmente ser a Ju Enfermeira. A Ju que não se contem... Nem por ter uma farda vestida. Que é autêntica.
E por isso repito: Enfermagem não me tornou uma pessoa melhor. Por vezes omito grande parte de mim, por estar sujeita à apreciação de outro alguém, fechado sobre si. Acredito que um dia isso vá mudar e que jamais irei cair em semelhante erro (?). E como eu anseio por esse momento. Creio que, aí sim, serei melhor Enfermeira do que alguma vez o consegui ser enquanto estudante.
Quanto a ser boa pessoa, isso tem dias. Todos nós o podemos ser, praticando a boa fé e cuidando dos nossos. 
Não é o Enfermeiro privilegiado nessa matéria, somente por ser enfermeiro. Há que ser muito mais. Assim eu penso.
É desta que me chumbam. 😅
Brincadeiras à parte, quero muito partilhar com vocês mais pedaços do meu dia e enfermagem é a peça chave.

O restaurante Las Ficheras

October 19, 2017

📌 Localização: Rua dos Remolares, 34, Cais do Sodré, Lisboa.
  Às vezes é ao acaso, sem se planear, que se fazem os melhores encontros. Tenho praticado bastante o "Bora!?". E lá vamos nós, ainda que sem o apetrecho fotográfico a que me faço acompanhar quando tenciono actualizar o blogue com aventuras gastronómicas. Mas não há desculpa para um bom prato, certo? (...) E o telemóvel sempre dá para desenrascar. Assim, desta vez o desafio era almoçar no restaurante Las Ficheras, depois das aulas. Pouco ou nada sabia eu sobre o mesmo. Sabia que se tratava de comida mexicana, o que me pareceu bem.
Tacos e um pouco de picante, porque não?(!) Acontece que depois de uma brevissíma pesquisa percebi que este é o restaurante mexicano mais trendy do momento. Talvez as minhas escolhas tivessem sido diferentes ou mais sábias se o soubesse antepadamente. E quem sabe numa próxima vez prefira petiscar com direito a uma taça de Guacamole. Como não pedi? Como? Acho que me distrai com a conversa!
Isto é tão Ju! Contudo, ouvi dizer que é um dos melhores que circula por aí.
  Quanto ao restaurante em si, confesso que a primeira impressão foi bastante agradável. O espaço em si conquista e percebe-se logo que este é um dos exemplares de que vos falei numa das publicações sobre a diversidade cultural em Lisboa (aqui). Em cada recanto surgem conceitos diferentes de restauração e eu adoro a possibilidade de experimentar comidas originárias de pontos distintos do globo.
Quando viajo abro excepções e arrisco-me a comer ingredientes fora da minha zona de conforto, como a carne. Faz parte do processo de se ser um viajante. Conhecer a gastronomia é essencial para o efeito. Não há como ir a Lisboa e não comer um pastel de nata, certo?
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Localização: 5/5 - O facto de estar centralizado na cidade é um factor a ter em conta. O cais do Sodré torna-se perfeito para quem deseja terminar a refeição e andar um pouco pela zona à beira-rio.
Atendimento: 4/5 - Empregados acessíveis e simpáticos. O restaurante estava vazio a uma segunda-feira à hora de almoço, pelo que não deu para perceber a rapidez de atendimento e a dinâmica sobre pressão, visto ser recorrente estar a abarrotar;
Gastronomia: 4/5 - Os sabores e tempero eram realmente interessantes pela sua diferença. Nunca tinha experimentado uma enchilada, muito menos com espinafres, avelãs e queijo parmesão. Estranhei o sabor por me fazer lembrar a Nutella, mas gostei. Ficam-me a faltar os petiscos de batatas com guacamole e uma marguerita de frutas, muito conhecidas e recomendadas no local. Reforço também que são várias as opções vegetarianas para quem, como eu, o prefira!
Preço: 3/5 - Aqui é o ponto que deixa a desejar. Achei os preços muito caros para a quantidade servida. Percebi que as peças de carne vêm em maior quantidade, e que as doses de tacos e enchiladas são pouco satisfatórias. A apresentação do prato não enche a barriga.
Decoração: 5/5  - Este é um espaço diferente, virado para a arte, sendo esta um tanto ou quanto alternativa. Talvez o achem um pouco... escuro (é mesmo!), mas tal se deve à vibe dentro do dia de los muertos. Há sapatos nas paredes, quadros apelativos, máscaras, mesas com pernas (não as habituais!) e caveiras em todo o lado. E a casa de banho é um tanto ou quanto creepy a nível de decoração.
    De modo geral, considero que para se ter aqui uma experiência real dos sabores mexicanos há que deixar uma nota preta no mesmo, o que contrasta com a classe etária que mais o frequenta: jovens adultos. No entanto, é um restaurante que eu recomendo, e ao qual quero regressar num outro contexto. À noite. Acredito que muitos de vocês já o conheçam? O que acharam? Se não, ficaram curiosos?

Do meu amor pela fotografia.

October 18, 2017

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O amor pela Fotografia ensinou-me a estar no presente. Sem pressas. Apenas a estar. É por isso que a minha câmara se tornou num prolongamento do meu braço. Quero muito preservar as memórias de momentos únicos. (...) Quem sabe não preserve também as memórias de quem tem outros amores?! O amor de mãe e filha, o de casal, ou até o amor próprio. A fotografia é apenas a via para aquilo que será eterno. Pois a memória fica para sempre. O que foi no agora sempre o será como aconteceu. Não perde valor por isso ou se altera por ser agora diferente. Sim, a fotografia tem-me ensinado a ver a vida com um outro olhar. Mais maduro. A lente tem uma magia qualquer que retira os filtros de quem é o nosso objecto de atenção. E como gosto de conhecer pessoas assim... sem capas. Mas é preciso muito amor pela arte para o conseguir fazer (...)
E agora pergunto, porque o mantenho eu guardado numa caixa? Há uma data de sorrisos e amores por eternizar. Aguardem notícias!

She, o filme

October 17, 2017

E foi num dia caótico, depois de turnos seguidos - duas noites para ser exacta, depois de um rolleman -  que me vi com os sonos trocados, acordada às duas da manhã sem vontade alguma de dormir. Lá me aventurei pelas lides cinematográficas! Assim ao calhas, e perdida no zaping, deparei-me com a descrição do filme She no canal de Hollywood. Cativou-me a estranheza do conceito: um homem na casa dos trinta anos, que após um desgosto amoroso, se apaixona pelo sistema operativo do seu computador. Estranho, certo? Agora imaginem uma era em que a tecnologia avança ao ponto de os nossos computadores personalizarem a forma como navegamos, sendo possível de ter uma secretária interactiva, a qual se reprograma consoante a experiência e o uso do consumidor.
O filme retrata a história de um homem que se apaixona por esta sua secretária, estabelecendo uma relação amorosa. E em tudo parece real. Só fica a faltar a presença. O corpo em si. À semelhança de uma relação à distância. Mas nessa ainda há a percepção de uma imagem. Como ela/ele o é. Aqui resta uma voz e, por fim, uma dependência tão forte quanto a de duas pessoas que todos os dias se tocam e/ou se sentem (ou maior até). Trata-se por isso de um filme ambíguo.
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 🎬   A mensagem que o filme transmite depende muito da interpretação de cada um. Há quem se identifique com a solidão e a procura de atenção por parte de outro alguém, e se pensarmos bem é comum olharmos em nosso redor e cada um estar focado no seu mundo, ao telemóvel, e vivendo numa bolha. Poderão também avaliar o enredo do ponto de vista crítico. Hoje em dia as relações procedem-se por via online. Tudo acontece lá ou quanto muito a proximidade inicial é cimentada por chats e fotografias partilhadas em redes sociais. É a nova geração e a sua forma de socialização. Um tanto ou quanto ilusória, pois não existe verdadeiramente uma intimidade ou um laço afectivo vinculado por memórias reais. O filme aborda esta questão de forma muito inteligente, demonstrando o quão viciante se pode tornar uma relação em que a disponibilidade é constante. Ao passo de um clic.
   Já eu partilho da opinião de que não há como existir em função de outro alguém, com uma dependência tal, e sim crescer lado a lado, o que inclui comunicar (e recorrer às tecnologias é uma vantagem do mundo moderno, se o soubermos usar), tocar, sentir com todos os cinco sentidos, estar perto, e criar memórias longe de câmaras e do botão "publicar". É muito fácil dizer amo-te recorrendo a um emoji... Mas e dizê-lo com um olhar? Com um gesto? (...) Prefiro relações intensas, com verdade, do que superficiais, até porque vejo por aí quem deseje demonstrar-se avidamente feliz, como se estar solteiro fosse uma derrota social. Um fora de lei nesta hierarquia que é a vida.
Acredito sim que somos um íman quando nos aprendemos a amar. E como é bom gostarmos de nós. De quem somos quando não temos com quem partilhar a almofada. Um dia esse alguém chega. E quando chegar...  será o amor mais livre que sentirão.
Bem sei que muitos verão o filme e terão uma perspectiva completamente oposta. Esta é a minha. Diz-me a tua.

👻 E o Halloween está a chegar! Preciso de ideias para vestimentas! Há anos que não me mascaro, mas é bom que mude a minha relação com esta tradição, e deixar-me levar por ela, ainda que de nossa tenha muito pouco, até porque... Um dia conto! Big Changes on the way!

O Miradouro de S. Domingos.

October 13, 2017

Depois das últimas publicações serem enquadradas em temáticas não tão usuais pelo blogue, retorno às origens deste meu cantinho que tanto me agrada de tão meu que é... Regresso assim com fotografias de um outro cantinho que me é também ele muito especial. Sempre que dou um giro por Setúbal - repito que considero esta a minha cidade berço - reservo uns bons minutos para visitar o miradouro de S. Domingos. São poucas as pessoas que o conhecem, ainda assim fica perto da casa do Bocage(!), o poeta, pelo que vale a pena dedicar-lhe o tempo necessário para apreciar a vista e arredores, e poderão constatar que a comunidade local é deveras característica!. Embrenhem-se pelas ruas apertadas. Perguntem-lhes onde fica a casa/museu do Bocage, que certamente alguém se levanta de uma cadeira e vos conduz até lá. Ouçam o sotaque de quem sempre viveu por entre os barcos, o mercado e os bairros, ainda com roupas penduradas nas varandas.
Não se irão arrepender, ainda que o museu do trabalho esteja bem ali encostado à vossa espera! Brincadeiras à parte, é um sítio pequeno e acolhedor, perfeito para namorar e tirar algumas fotografias encantadoras ao final de tarde.
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Este miradouro é também conhecido pelo miradouro de S.Sebastião, devido ao nome da igreja do bairro local. É considerado pela maioria dos Setubalenses o local com a melhor vista sobre a cidade, com a serra a enquadrar o horizonte, a marina em frente e Tróia no horizonte. Aconselho a que o visitem algures perto da hora de uma refeição. Irão sentir o cheiro de peixe e choco frito a inundar as ruas, o que atribui à experiência um outro sentido. Bem tradicionalista!
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Conseguirão ver a pedreira da Serra da Arrábida e num dia claro como este quem sabe não avistem a família de golfinhos que habita no Sado? Ao que parece, já foram avistados mais do que golfinhos. Pela Costa da Caparica viram-se oito orcas! 😨
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E se apenas se deixarem ficar em boa companhia, na conversa, irão compreender porque gosto tanto de recantos tão nossos. Miradouros como este são algo que raramente encontram noutros países. Apenas estar e ficar observando o mundo em redor é, a meu ver, uma característica muito portuguesa, daí termos tantos poetas e escritores que se debruçam sobre a natureza e este pedaço de céu, como o diz a minha mãe. Cada vez mais concordo com ela!
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Em resumo, se forem como eu que gosta de conhecer cada lugar a caminhar, aventurem-se pelos bairros e ruas, atravessando este arco e facilmente se encontram na Baixa de Setúbal, a qual tem rejuvenescido com novos espaços, nomeadamente com ofertas de restauração com conceitos diferentes. Ando a tentar organizar o meu tempo para conhecer alguns deles. Já tenho a minha listinha! Algures a partir de Fevereiro acredito que tenha maior disponibilidade, antes de partir para novos voos e prestes a graduar-me. Quem sabe?! Até porque irei estagiar na vertente comunitária no distrito de Setúbal e isso dar-me-á margem de manobra para conhecer esta terra com um outro olhar. Afinal é de gente que esta é feita, pelo que irei aproveitar o meu último estágio com esse intuito.
Por enquanto, fico-me pelos cuidados intensivos, pelos quais me tenho apaixonado... Em breve, talvez vos escreva sobre o assunto. Não tivemos um começo fácil, mas os grandes amores nunca o são, certo?!

Maltrapilhos | Pink Romance.

October 6, 2017

Amar-se é o começo de um romance para toda a vida - Oscar Wilde (Nunca uma frase fez tanto sentido)
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     Numa das minhas folgas o meu corpo gritava por um pouco de sol! E o tempo quente convidava a um passeio, pelo que me presenteei com umas breves horas por um dos meus sítios preferidos em Lisboa! Eu gosto muito de conversar à beira-rio e de me deixar ficar a ver o dia encerrar com tons de rosa e violeta. Confesso-vos que não me sentia especialmente bem neste dia para me deixar fotografar, mas a procura por uma parede que me fizesse mudar de ideias ajudou (aha). Sentia-me inchada e apertada na minha roupa. Algo que já não me é habitual. Ainda assim, gostei do resultado, por mais estranho que me seja ver do outro lado da objectiva! E vai daí, este será um desafio tremendo para mim, que vai muito para além de partilhar o meu gosto pessoal, e deveras simplista no que toca à escolha de roupas, para além de que ando sempre de pijama, com roupas de ginásio ou fardada!. Mas aqui o que se pretende verdadeiramente é praticar o amor-próprio com ou sem adereços. Este é sim o maior e mais difícil desafio, pois há que saber lidar com os dias bons e os menos bons!
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Não sei se com esta rubrica serei sequer uma inspiração de moda. Escrever a palavra moda até me fez rir. De fashionista não tenho nada. Prometo apenas que ocasionalmente irei tentar registar peças e conjuntos que considere serem interessantes!. Se não o forem, ao menos irão ficar a conhecer boas paredes para fotografar os vossos conjuntos. Esta é nas traseiras dos Pastéis de Belém. 😆💨