Vinte e sete anos, 27 lições.

March 28, 2018

  Completei vinte e sete anos este domingo passado, exactamente entre a uma hora da madrugada e as duas, período durante o qual se acertou o novo horário de verão. Ainda tentei escapar-me à comemoração a que todos os anos me obrigam, mas não me foi permitido.
Apesar de nunca ter percebido o real motivo pelo qual a nossa cultura ocidental sobrevaloriza os aniversários, acabei, mais uma vez, por ceder e alinhar nos telefonemas sem fim (sinal de que sou lembrada e de que tenho uma família gigante - eis o lado positivo). Contudo, parece-me que "dar os parabéns" é um fenómeno estranho. Ora, pensem comigo: quando nos congratulam durante este dia, sentimos orgulho por um feito nosso? Um sucesso? Será que perante uma real conquista recebemos metade dos comentários num mural de uma rede social? Eu diria que não e talvez isso diga bastante da nossa sociedade.
No entanto, confesso que os anos me moldaram e que este dia, bem como os que o circundam, acabam por ser repletos de introspecção. O que aprendi, afinal? No que se traduzem vinte e sete anos de vida e de consequentes experiências? Traduzem-se em apenas 27 frases, isto é, vinte e sete lições que a minha "pequena voz" interior tende a repetir.
  1. Viajar é o melhor veículo de auto-conhecimento;
  2. ;
  3. Ser-se emocionalmente independente passa por se saber estar sozinho;
  4. Haverá sempre alguém que não gosta de nós (às vezes, sem nos conhecerem, e sem intenção de o fazer);
  5. Dedica-te ao que te faz e sê bom no que fazes;
  6. Cuidar dos outros é desafiante, cuidar de nós próprios ainda mais;
  7. ;
  8. Desculpar quem tanto nos magoou não é libertar o outro da culpa, e sim libertar-nos a nós próprios;
  9. Gostar do que vemos ao espelho não é ser-se superficial. Afinal, cuidar de fora para dentro é tão viável como de dentro para fora;
  10. Não te preocupes tanto com aquilo que não controlas;
  11. Fazer projectos a dois não é sinónimo de perder a individualidade;
  12. A mudança pode ser positiva tanto quanto a estabilidade da rotina. Há que balançar o querer ficar com o ir;
  13. ;
  14. Dedicar tempo a outra pessoa é o melhor presente que se pode dar;
  15. Há memórias que não se captam, vivem-se no momento;
  16. É possível encontrar alguém mais perfeccionista, mais maduro e mais teimoso que tu;
  17. O humor é uma arma poderosa, mas subtil;
  18. Não há nada mais sexy do que uma mente perspicaz e inteligente;
  19. Sê mais tolerante, nem todos têm o mesmo ritmo e ambições;
  20. (e ela acontece rápido demais);
  21. Há amigos que são para a vida, outros que ficam por instantes, e outros que vão e regressam. Todos eles igualmente importantes!;
  22. Há cafés que podem mudar uma vida. Duas, aliás;
  23. Nem tudo é tão mau como parece numa primeira instância;
  24. Não procures a aceitação nos outros e sim dentro de ti;
  25. A paciência será um dia o teu maior aliado;
  26. ;
  27. Ama muito, sem cair na tentação de mudar o teu jeito de ser em prol desse amor.
Estas são as vinte e sete lições que me levaram a evoluir e a tornar-me numa Ju mais calma, confiante e rodeada de quem me faz bem. A vida vai dando as suas voltas (e que voltas!). Cabe-nos a nós aprender com elas, certo?

A Agente Vermelha

March 18, 2018

Escrevo esta publicação assim que sai do cinema e cheguei a casa, num desses domingos chuvosos que se têm feito sentir. Abriguei-me do mau tempo na melhor companhia possível e lá nos aventurámos a assistir ao recém-estreado filme: A agente vermelha.
Pouco ou nada do trailer tinha visto. Sabia apenas os contornos históricos do argumento e pouco mais. Mas enquanto adepta do talento de Jennifer Lawrence arrisquei. Saí da sala de cinema com a sensação de "valeu a pena o preço do bilhete", não fosse ele caro.
A história debruça-se sobre a personagem principal de Dominika Egorova, uma bailarina de renome que fazia parte do elenco principal do bailado russo. Após um incidente em que fica impossibilitada de dançar, aceita participar numa missão em que é forçada a usar o seu corpo como atracção para um assassínio, do qual se torna testemunha (...)! Vê-se, como tal, obrigada a colaborar com os serviços secretos russos, entrando numa escola de espiões. A sua primeira missão é localizar e extrair informações de um agente da CIA numa época em que a guerra fria era uma realidade. Trata-se de um filme com cenas fortes, em que, por vezes, poderão querer olhar para o lado, o que estranhamente aconteceu comigo. Mas é ainda assim um filme interessante que alia a inteligência emocional e o perigo do poder.
    É também ele um filme baseado num romance literário com o mesmo nome e que foi amplamente criticado pela sua extensão e pela exposição altamente gráfica de conteúdo sexual e violento. O primeiro não me incomodou assim tanto, já o segundo um pouco mais.
Aplaudo, contudo, a interpretação de Jennifer Lawrence e reforço que é um filme a não perder nos cinemas, onde o impacto será ainda maior. Há filmes que o propósito é mesmo esse: incomodar; o que não é necessariamente mau. Ora vejam e depois partilhem!

(Sei que tenho partilhado algum conteúdo sobre cinema, mais do que o habitual a par dos óscares.
Mas como posso eu recusar pipocas ou uma mantinha no sofá com este tempo? O Félix, a Gisela e agora o Hugo não perdoam!)

Porque tenho andado ausente?

March 15, 2018

Creio que perdi a prática de escrever aqui. É a décima vez que tento escrever esta linha e no fundo, tudo o que quero dizer é que não me recordo da última vez em que o fiz. As últimas publicações foram escritas ainda durante as minhas férias. Desde então que não voltei a dedicar-me à escrita. Ideias não faltam, projectos pendentes também não. Mas as prioridades foram trocadas e apesar de acreditar que escondo por debaixo da bata branca um fato de super-mulher, o tempo tem sido escasso. Um novo estágio começou (o último do curso), um novo semestre (também ele o último), a organização de um seminário nos ombros, e por fim - a cereja no topo do bolo, o meu corpo não tem estado ao nível das exigências do meu dia-a-dia. Desde que iniciei um tratamento hormonal, tenho sentido náuseas frequentes e um peso no corpo que me fatiga a cada dia. Senti também alterações drásticas no meu humor, e ter consciência de que não o controlo é assustador. O único lado positivo é o de ver as minhas meninas (ou chamemos-lhes o nome certo? Mamas!) a crescerem de tal forma que o meu sotian se desaperta espontaneamente em plena sessão de educação para a saúde. Melhor seria se crescessem proporcionalmente, mas isso não seria digno dos dilemas que se me acrescem. 
A verdade é que a cada dia que passa recordo-me da necessidade de escrever e do bem que tal me faz!, para além do tanto que gosto deste nosso cantinho (sim, nosso!). Rico e com conteúdo, embora simples e sem grandes aspirações. Este é um mero espaço de partilha e que eu gostaria de enriquecer com novas ideias que tenho em mente. Não me gosto de associar às pessoas que reservam os seus projectos nas gavetas até que o "tempo certo" surja. Gosto de pensar que sou das pessoas que faz acontecer. Tristemente, dou por mim a apontar ideias para o dito cujo e sem o trazer à baila. Espero mudar o rumo e atirar-me de cabeça. É pelo caminho que se aprende. 
Cuidar de mim é importante, estar com os meus também, mas dedicar tempo e energias ao que gosto é essencial. Vejo-me a ser engolida por tarefas, pela faculdade, pela iminência de uma vida laboral activa, pelo "próximo passo" nesta escada se se intitula de vida, que vou deixando tudo o resto para trás. Afinal, a paixão pelas viagens, pela escrita e fotografia é muito mais do que um hobbie! Muito mais!

Pressinto que algo de positivo está para chegar.
Nos últimos meses as mudanças foram tão boas que nem me sei reconhecer no antes. Por isso, há que seguir em frente!
Seja qual for o caminho. Aqui ou a vários quilómetros de distância. Às vezes é só deixar fluir...
(Mas que isso se reflicta em novos conteúdos para o blogue! Afinal, tenho aprendido tanto com estas reflexões que a vida nos obriga...)

Querido Março.

March 1, 2018

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O mês de Março tem um gostinho especial. Marca o meu nascimento e o ínicio da minha estação favorita, a Primavera.