Oh, Lisboa!

January 31, 2018

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Tenho saudades de sair por aí e de fotografar cada recanto. Estas férias o foco estará, literalmente, em Lisboa! Afinal, já vos dei a conhecer tantas cidades portuguesas com o meu olhar (desde Setúbal a Viana do Castelo) e de Lisboa pouco ou nada. 💩

O meu último turno.

January 29, 2018

   Há uns bons meses atrás (em Setembro), estava eu a iniciar o estágio na unidade de cuidados intensivos quando escrevi esta publicação sobre o meu primeiro turno enquanto estudante de enfermagem. Retratei o que senti quando vesti a farda pela primeira vez com toda a sinceridade que me caracteriza. Posso agora revelar, em mero título de curiosidade, que o meu primeiro estágio decorreu na unidade de cuidados continuados e integrados da Raríssimas, e que adorei lá estar. Diverti-me muito e aprendi ainda mais. Desde então o percurso fez-se entre inúmeros contextos clínicos em diferentes pontos dispersos de Lisboa. Passei por uma enfermaria de Medicina em Loures, por Cirurgia no IPO, por Obstetrícia num hospital privado, Pediatria no Amadora-Sintra, por um lar mesmo debaixo do aqueduto das águas livres, por uma clínica psiquiátrica e ainda por um centro de saúde algures no Estoril. Foi um longo caminho, e que se finalizou numa unidade de cuidados intensivos no centro de Lisboa. Confesso que o peso de ser o último estágio em contexto clínico me deixou ansiosa, algo que aprendi a disfarçar com recurso ao estudo, o que compensou em termos de competências adquiridas e de crescimento pessoal. Na terça-feira passada vesti a mesmíssima farda branca pela última vez (....)! Ainda me falta um estágio que decorrerá em plena comunidade, isto é, entre bairros, visitas domiciliárias e escolas. Se vestir a farda será ocasionalmente e não será um turno oficial como os conhecidos horários de enfermeiros alternados entre manhãs, tardes e noites. Por isso, este último turno teve um outro sabor. Dei por mim a reflectir no tanto que mudei a nível de postura para com as pessoas que cuidava. Mais relaxada. Sem a preocupação se cada palavra que dizia era bem vista pelo orientador. Infelizmente, o estudante tem que se moldar à personalidade do mesmo e nem sempre estes têm o bom senso de compreender que o aluno não é uma sombra e sim um indivíduo com personalidade própria, e por isso eu fui adoptando a estratégia de moldar a minha pessoa à personalidade do orientador com o intuito óbvio de o conquistar (há quem valorize alunos que debitam matéria, outros que querem que o aluno faça tudo quanto pode por eles, outros que quanto menos fizeres melhor, outros que não gostam que lhes faças perguntas...) e ter assim uma colaboração tranquila. Afinal, é passageiro e a mim interessa-me que o resultado, nomeadamente a nota, seja o melhor possível. Eu terei tempo para mais tarde prestar cuidados diferenciados consoante os meus valores. Acho sensato pensar assim. 
Neste último estágio confesso que senti o impacto do rigor de uma unidade de cuidados intensivos. Fui confrontada com a ausência de conhecimento em diversas temáticas. Logo eu que sou, por vezes, rotulada de sabichona. Abalou um pouco o meu chão e a insegurança esteve presente. Culpei-me por não saber certas coisas que julguei serei básicas. Fui, mais uma vez, excessivamente exigente comigo, até que percebi que era uma questão de tempo até me adaptar. A minha orientadora deu-me liberdade para aprender, colocando questões e exigindo que prestasse cuidados autonomamente, sem estar com holofotes apontados a cada passo meu. (...) Confiou em mim e isso fez toda a diferença. Cinco meses depois senti que conseguia ser responsável pelas pessoas que cuidava, sem ter aquela segurança que um orientador também nos dá perante a dúvida, pois ele valida. Senti que me reconheciam o saber e neste último turno fiquei orgulhosa da evolução, da destreza nas mãos, no à vontade com que me deixo transparecer, e simplesmente porque fiz parte de uma equipa. Senti que poderia ser efectivamente eu e que primar por pequenos detalhes, chamados de "delicadezas", é importante, sim!
Foi, por isso, um estágio deveras importante e que, embora tenha começado insegura, me deu certezas. Muito ainda tenho que estudar e investir, pois sei agora, melhor que nunca, quais as áreas que se enquadram com a minha preferência e forma de exercer. É visivelmente diferente exercer enfermagem numa unidade de cuidados intensivos do que num bloco operatório ou em emergências (onde também tive a sorte de realizar alguns turnos). Já consigo, depois deste estágio, apontar quais as áreas de enfermagem que me fascinam com uma convicção coerente com a experiência. Afinal, quem diria que iria gostar tanto de dar consultas de saúde infantil com bebés a gatinhar na minha secretária? Estive três anos a dizer que queria seguir a área de paliativos!
As certezas de antes viram-se do avesso e estenderam-se a outras dimensões, nomeadamente ao percurso de vida que pretendo seguir.
Questionei-me muito durante estes últimos meses e perguntei-me várias vezes se me contentaria somente com Enfermagem, mas sem nunca a querer reduzir! Estou, assim, no processo de tomar uma grande decisão, num impasse entre duas opções, entre ir ou ficar, entre arriscar ou jogar pelo seguro. Confesso que deixei de ter medo de recomeçar de novo e sei que eventualmente o meu instinto me puxa para o lado do risco. Aprendem-se grandes lições com as decisões que nos obrigam a mudar e a sair da nossa zona de conforto. Também sei que não me contento com os padrões que nos incutem e que a vida é um contínuo na direcção de algo melhor.
Aprendi que Enfermagem é uma vocação, mas que tal não poderá ser exclusivo, pois quero prosseguir por outros caminhos e quem sabe não se encontrem?! Afinal, acredito que podemos dedicar-nos a diferentes talentos e interesses na nossa vida. Porquê escolher só um e jogar ao tudo ou nada? Porque não atirar setas em diferentes direcções? Os enfermeiros, no final de contas, são multitasking, para além de serem muito mais do que enfermeiros.
Por isso, finalizo esta etapa com uma certeza: de que quero investir em diferentes paixões para me sentir completa. Termino também com a certeza de que não sei estar quieta e de que escolho os caminhos mais difíceis, pois sou do tipo de pessoas que quando estabelece uma meta, vai lá e insiste até resultar. Persistente, diria. Ambiciosa, também. E casmurra, será? Muito!

Music Vibes #5

January 24, 2018

É certo e sabido que se toca esta música na rádio eu paro o meu ritual de zapping por todas as frequências e vibro dentro do carro. Adoro a batida, o lado latino e a personalidade de Camila Cabello, que não se leva a sério demais. Daí o videoclip ser top, bem como a coreografia que quase sei de cor (sim, eu sou dessas!). Diz que com a idade piora, pois aos trinta deixamos de ter vergonhas alheias. Eu adiantei-me, parece-me! Que seja! Dançando, cantando e vivendo!

Mau-feitio.

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Não existe uma forma simpática de o dizer nem eu sou pessoa dotada de eufemismos: eu tenho mau feitio. Muito mau feitio. Bem, é um mau feitio mascarado por um coração mole, de manteiga, como em modo corriqueiro se diz por aí. A idade e a sabedoria que os finais dos vinte me vão trazendo permitiram-me ter uma maior consciência das arestas que preciso de limar e das situações em que este meu tempero vem ao de cima...! Acredito que esteja cada vez mais paciente e tolerante para com os outros, pois era, por vezes, incrivelmente exigente. Hoje em dia, só os que bem me conhecem, no seio do lar, presenciam o meu mau-feitio no seu expoente máximo. Fora disso, sou apenas a Joana com convicções fortes que diz o que pensa, quando assim tem que ser. Confesso que tem o seu quê de engraçado. Não sou de bater o pé, nem de grandes discussões ou devaneios. Sou a chata que gosta de falar. De argumentar. De ir ao fundo da questão. De dissecar os problemas até não haver mais réstia de dúvida. Se é um defeito meu? Talvez, quando isto passa a incomodar os outros.
No entanto, tenho vindo a aperceber-me que o meu mau-feitio deriva de uma preocupação para com os que me rodeiam e amo. Por isso, se me vires com cara fechada e de mau-feitio é porque me preocupo. Porque vale a pena. Caso contrário, é deitar para trás das costas que a vida faz-se para a frente, sem rugas desnecessárias, se possível. Por contraste, gostaria que este meu feitio de mão firme, "de gancho" como diz o meu pai, me permitisse ter uma memória mais selectiva. Analiso tudo (...)! O lado positivo é não guardar rancores. Resolvo no momento e depois resolvido está. Não sou de remoer o que já não tem solução ou que solucionado está. E no fim de contas, este meu mau-feitio vai sendo balançado com outras características que o tornam especial e que fazem de mim quem eu sou. E por isso, há que aceitar os nossos defeitos e virtudes, sem nunca desistir de nos superarmos ou, pelo oposto, sem nos desleixarmos neste percurso que é a vida, repleta de auto-descobertas. Portanto, espero que esta breve reflexão te tenha deixado a pensar. Será que também eu tenho mau feitio? Será que posso mudar? E em que medidas o devo fazer? Que dose devo aceitar como parte característica da minha personalidade?
Fica a questão (não fosse eu a psicóloga de serviço, sempre a devolver perguntas). É bom dedicar tempo para nos conhecermos.

À caça do vestido vermelho.

January 19, 2018

Esta seria uma daquelas publicações que eu nunca consideraria fazer em tempo algum por aqui, porque não é à partida algo que reflicta um interesse meu. O foco do blogue sempre foram as fotografias de lugares que descubro na companhia da minha lente e de histórias que se sucedem durante essas aventuras, alternando ocasionalmente com outras temáticas, tais como a música, comida e afins.
Contudo, tudo o que envolva o mundo das compras, moda e seus derivados, foi ficando de parte, porque: primeiro, não sou tão dada a compras quanto isso. Sou até bastante ponderada, e só mais recentemente tenho vindo a arriscar nas escolhas que faço; segundo, nunca tinha surgido a necessidade de o fazer, com um real propósito, até então, visto que este ano sou finalista do curso de enfermagem e diz que se espera um baile de finalistas com tudo o que temos direito. Considerei não ir, porque a ser sincera não é algo que considere ser necessário para marcar esta viragem de página. O que quero realmente é ter o canudo nas mãos, por mais pragmático que possa parecer. Depois lá reconsiderei e esta é uma forma de me despedir das pessoas com quem partilhei quatro anos da minha vida. Muitos deles mais novos do que eu, imaturos, mas que os vi crescer lado a lado. Gente que será o futuro da Enfermagem e alguns deles com princípios com os quais partilho semelhanças. Como tal, aprendi a não desvalorizar etapas e festejá-las com os demais. Afinal, a experiência diz-me que poucos de nós teremos contacto próximo no futuro. Assim o foi quando saí do meu anterior curso de engenharia, embora enfermagem promova laços diferentes porque envolve emoções fortes no seu percurso.
Assim, e como vaidosa que se preze (apesar de discreta por este mundo blogosférico), já ando na pesquisa online pelos vestidos que mais me agradam. Quero arriscar e ir com um típico vestido de baile.  A cor que mais me cativa, numa primeira instância, é o bordô. 
   Este seria um dos exemplares. Simples, com um apanhado lateral para dar destaque às costas, e com espaço para apostar em acessórios mais vistosos, algo que me agrada bastante. O preço também, uma vez que é originário da nossa amiga SheIn.
Depois lá pensei que talvez fosse divertido escolher um modelo menos seguro, com que pudesse brincar. E daí a encontrar o conceito de vestido convertível foi um passo! Rendi-me às milhentas possibilidades e fiquei realmente interessada neste modelo da LuLus.com.
LULUS Exclusive Tricks of the Trade Burgundy Maxi Dress 1 Always Stunning Convertible Burgundy Maxi Dress 2
Estou disposta a gastar um pouco mais num vestido que poderá ser vários num só, indo assim do mais casual ao clássico.
O que acontece é que por muito determinada que seja, o vestido bordô passou a rosa num ápice. É realmente um problema!
LULUS Exclusive Tricks of the Trade Mauve Maxi Dress 5LULUS Exclusive Tricks of the Trade Mauve Maxi Dress 6LULUS Exclusive Tricks of the Trade Mauve Maxi Dress 7LULUS Exclusive Tricks of the Trade Mauve Maxi Dress 2
O problema maior é que quanto mais se pesquisa, mais nos afastamos da ideia inicial. E pronto, encontrei aquele que seria o vestido ideal, se tivermos em conta que será um baile em Julho, com vista para a ponte e provavelmente terei tempo para me bronzear. Se quiser somar pontos, cores mais claras contrastam melhor com o preto do smoking. Para o que me dá...!
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      Eu sei que estou demasiado adiantada, mas acreditem que mais vale prevenir e antecipar do que deixar para a última (...). Bem sei que no meu caso tal situação é sinónimo de ir a um casamento com um kimono ou a uma festa com um vestido em rosa barbie.

O restaurante Nood.

January 11, 2018

📌 Localização: Largo Rafael Bordalo Pinheiro 20, Lisboa.
Ontem, depois do primeiro e único exame do semestre (que não correu tão bem como esperava - sou exigente!), decidi que merecia uma noite entre amigos!. Nada melhor do que a calma de uma terça-feira à noite por Lisboa e um restaurante novo para se experimentar. A minha meta este ano é aventurar-me em novas cozinhas e conhecer a diversidade que abunda a nível de oferta pela nossa Capital. E por isso, combinámos um jantar entre casais num restaurante japonês, que eu até então desconhecia - o NOOD (...)! Talvez já tenham ouvido falar nele! Eu nem tanto, porque confesso que tinha uma tendência para comida chinesa, sendo que apenas me arriscava no sushi em termos de cozinha japonesa. Desde que a minha alimentação se alterou - sou pescetariana (também já li por aí a versão piscatoriana) há um ano - que dou asas a novos sabores. Esta aposta foi acertada porque adorei comer, pela primeira vez, gyozas com recheio de legumes. Sim, eram várias as opções vegetarianas no cardápio! Provei também o meu primeiro Ramen. Não foi propriamente fácil atinar com os pauzinhos e a colher, enquanto mantinha o foco na conversa que se procedia em inglês. Por isso, não sei se este é o melhor Ramen que irei provar, pois não me é possível ter um termo de comparação. Acontece que foi algo que me pareceu ser fácil de reproduzir em casa e que muito bem se enquadraria com a minha rotina diária. Irei certamente tentar e quem sabe não descreva por aqui o resultado deste meu devaneio! Isto promete! Comigo ou sai obra de arte ou vai directo para o caixote do lixo! Mais vale tentar, certo?
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    Estas foram as minhas opções. Gyozas de legumes e um Ramen de vegetais acompanhado com sangria branca e seguido de um bolo de chocolate com gelado (...). É que apesar de ter engordado um pouco durante o mês de Dezembro, sei que irei facilmente recuperar o meu peso pretendido com a correria em que vivo (...). Eis, a exemplo: escrevo-vos esta publicação depois de um turno de tarde na unidade de cuidados intensivos, em que não parei sentada, e em menos de quatro horas terei que me levantar para levar a minha mãe ao aeroporto.
Logo depois, a regresso, vou abrir o ginásio. Há calorias que aguentem?!! Sei que não, mas confesso que ando num queixume desgraçado porque prezo muito as minhas rotinas. Namorar com um viciado em sobremesas é outro problema. Ahah!
Mas vamos lá ao que interessa: a habitual classificação do restaurante, ali mesmo ao lado do teatro da trindade, todo iluminado! Ai, que saudades tenho de ir Teatro! Porque não o faço mais vezes?! - pergunto-me eu!
Localização: 5/5 - Estar localizado no centro de Lisboa é um grande plus, porque permite-nos caminhar um pouco depois da refeição e apreciar o movimento da cidade antes de nos fazermos à estrada. Não foi o caso, porque estava frio, era tarde e preferimos ir para um café-bar perto do panteão nacional para dar continuidade à boa conversa.
Atendimento: 4/5 - Nada tenho a acrescentar, porque esta creio que foi uma noite atípica de tão calma e com poucos clientes. Foram, por isso, rápidos a servir e sempre muito simpáticos.
Gastronomia: 4/5 - Ganha pontos pela novidade que gerou para mim. As gyozas conquistaram-me (!). É uma pena que as fotografias tiradas com o meu telemóvel não transpareçam o quão apetitosas pareciam. Já a taça gigante, cheia de cor do Ramen, deu nas vistas! (...)
O bolo de chocolate não foi certamente um dos melhores, mas acredito que as sobremesas não sejam o forte da comida japonesa ou estarei redondamente enganada?
Preço: 4/5 - Poderão consultar os preços aqui, sendo que na minha opinião são preços razoáveis tendo em conta a quantidade fornecida nos pratos principais. Contudo, as entradas são mais caras. Apenas 5 unidades de gyozas, que desaparecem num instante, rondam os seis euros. Se somarem as bebidas, encarece. Já se ficarem por um prato principal é bastante acessível, e a maioria ficará satisfeita.
Decoração: 3/5 - O espaço é simples, com mesas corridas, sem uma separação entre elas. Calculo que em noites movimentadas seja bem mais complicado de gerir o espaço. Não se torna acolhedor e propício a boas conversas, calculo eu.

    Assim, estes programas, sem planos, que surgem de convites espontâneos, são para se repetirem (!). Nada melhor do que partilhar uma mesa entre amigos, que pretendo que fiquei presentes durante longos anos, ainda que os nossos caminhos estejam prestes a seguir para lados opostos. Nood ficou na minha listagem de locais a regressar. Se o farei tão depressa? 
Talvez não, a ver pela extensão dessa mesma lista, repleta de opções vegetarianas, tais como a cantina do templo hindu!

Se estiverem interessados, aguardem por novos locais e as suas avaliações respectivas. 🍜

Uma visita ao Santuário de Fátima.

January 9, 2018

Creio que já aqui tenha referido algo relativamente às minhas não existentes crenças religiosas aquando o Natal. Ainda assim, sou uma pessoa naturalmente curiosa e especificamente sobre tudo o que nos transcende. Sobre o que não tem aparente resposta lógica. Não me tornei numa pessoa que prima pela ciência como se esta fosse a supremacia da razão, desvalorizando o que se desconhece. Deixo uma porta aberta para aquilo que não compreendo. E sempre me recordo de assim ser. Desde muito nova que colocava perguntas sobre Deus, a igreja e tudo quanto eram lendas. Era a criança chata dos porquês que exigia respostas e que ficava frustrada quando não as tinha e os adultos gaguejavam. Recordo-me de pedir à minha mãe que me comprasse uma bíblia quando tinha apenas sete anos. Pensaram que eu talvez quisesse, por vontade própria, fazer a catequese. Não. O que eu queria era instruir-me. E foi assim que decorei o "Pai Nosso", que rezava antes de ir para a cama e falava para o tecto. Achei tudo aquilo meio estranho, mas nunca tal me foi imposto. (...) Em minha casa nunca se falou de religião, nem sequer de catolicismo. Na verdade, nem baptizada sou, o que em muito agradeço aos meus pais. Hoje em dia não acredito na igreja em si. Acredito nas pessoas e na sua fé. No bem que esta lhes faz, seja qual for o Deus a que rezam. Tanto faz. Eu mesma converso com o mesmo tecto desde então e não lhe sei dar um nome, senão a minha consciência. É algo muito pessoal. Entre mim e... Bem, no fundo, não acredito que exista um Ele. Acredito em energias que nos interligam, que explicam a química e sensação de proximidade com algumas pessoas que até nos eram estranhas e a sensação de pertença a um local. Nunca vos aconteceu? Foi com esse espírito que visitei Fátima. Uma década depois. Tinha eu quinze anos quando lá fui. Percorri a praça central a empurrar o carrinho de bebé da minha prima, que agora me ultrapassa em altura e em tamanho de calçado. Assusta-me o tanto que o tempo corre. Lembro-me dos dilemas da altura, que envolviam o primeiro beijo e a guerra interna entre ter as melhores notas possíveis. Lembro-me de reflectir sobre tal e de pensar: "E se eu colocasse uma vela na câmara ardente, o que pedia?". Hoje creio que não tenha resposta para isso. Nem na passagem de ano o faço em modo de desejo. (...) Cai em mim a maturidade de saber que o que vem também vai, por muito duro que tal pareça. Nada vem para ficar. Até nós, nunca estamos no mesmo sítio ou estado. Seguimos e recuamos. Apenas podemos desejar o bem e continuar. Mas para tal não há velas suficientes, a meu ver.
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  Entendo quem tenha a necessidade de o fazer, se tal acalmar o seu coração, embora seja um negócio crescente. Eu cá gosto de ir a tudo o que envolva catedrais. Tenho um fascínio sobre a sua construção e reparo em detalhes que provêm do meu gosto por história e por ler.
Ken Follett tem sido um dos meus companheiros de mesa de cabeceira. No entanto, o santuário de Fátima cresceu para além disso. Em seu redor, tudo gira em função do milagre de Nossa Senhora..! Os habituais terços e recordações são uma presença espectável, mas o que me intrigou foram os nomes dos restaurantes e hotéis circundantes. Coisas como: Santificado prato, Noite Santa, Pomba Branca, entre outros. A surpresa estava no quão diferente a praça estava com espaços renovados, com um museu, memoriais e homenagens. A vinda do papa S. Francisco, que eu tanto admiro pelo seu carácter genuíno, ajudou, tal como sermos presenteados com um dia solarengo neste primeiro dia de inverno e uma luz rosada ao entardecer. O silêncio tranquilizador também foi bem-vindo!
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Este retorno a Fátima foi marcado pela primeira visita à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, onde os três pastorinhos estavam a construir uma "paredita" aquando a aparição a 13 de Maio de 1917. Aqui poderão encontrar os túmulos dos três pastorinhos, os quais nunca antes tinha visto presencialmente e que se caracterizam por serem despojados de ornamentos.
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A história dos pastorinhos sempre me deixou curiosa, até porque a minha avó que morava nos arredores costumava contar detalhes durante as sessões de "Joana come a sopa". É claro que como boa contadora de histórias acrescentava alguns pontos.
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Para além da Basílica, é paragem obrigatória visitar as outras capelas, nomeadamente a conhecida capelinha das aparições com a imagem de Nossa Senhora e a Capela do Santíssimo Sacramento. Os meus pais fizeram questão de colocar algumas velas na câmara ardente, mas a minha caiu para os confins e parece que a reza se encurtou. Esperemos que não seja um ano de azar!
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Brincadeiras à parte, este foi um dos poucos dias em família durante a época de festas, sendo que os meus pais regressaram para França, onde residem. Foram dias intensos em que as prioridades eram outras. Tivemos pouco tempo para nós, enquanto núcleo familiar, e por isso estes dias a passeio são especiais de tão raros. Almoçámos por Almeirim na famosa sopa da pedra do restaurante "O toucinho". Já eu fiquei-me somente por uma posta de bacalhau na brasa (que estava maravilhosa!) e depressa voltámos para casa, aos afazeres e à correria habitual. É bom parar um pouco, por vezes, não é? E assim o fizemos, com energias recarregadas para este ano que se espera desafiante.

Olá, 2018!

January 5, 2018

E aqui estamos nós, em mais um ano. Prontos para alinhar objectivos e redefinir metas?
    Não sei o que vos dirá a vossa noção, por si subjectiva, do tempo, mas este último ano não foi um ano que tenha passado a correr, como tão vulgarmente nos lamentamos aqui e acolá. Muito aconteceu no seu durante. Houve meses em que tive vontade de subir às paredes e tudo porque me parecia que custava a passar. Estágios que não gostei assim tanto e outros que me motivaram a querer saber mais. A ser a minha melhor versão. Assim, este novo ano apresenta-se como uma nova oportunidade para seguir este caminho de mudança.
 Há muito que as metas estão traçadas. Em parte, algumas delas já têm o seu plano em acção e outras tantas são demasiado pessoais para que me sinta confortável em partilhá-las. O compromisso é de mim para comigo.
Mas tenho sim objectivos que gostaria de destacar, até porque 2018 será um ano que prevejo ser muito especial. De grandes passos.
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Algumas dessas metas passam por objectivos profissionais, tais como graduar-me e tornar-me enfermeira, ao que se segue o primeiro emprego na área. De preferência em oncologia ou até psiquiatria. Investir no futuro e prosseguir estudos fará sempre parte do plano.
Até tremo com a ideia maluca que tenho em mente. No fundo, acho que já me decidi. Eu realmente não gosto de caminhos fáceis.
Tirar a carta de mota é também um item para traçar da lista, o que pode espantar alguns (Ups, pais!). Gostaria de ter maior mobilidade em Lisboa, pelo que chegar e estacionar seria bem mais fácil em qualquer região central. Vai daí, poderia rentabilizar melhor o tempo e conhecer novos recantos desta capital cada vez mais viva e cultural. Quero ir a novos restaurantes!, inspirar-me e cozinhar mais opções vegetarianas no meu dia-a-dia. Quero também dedicar mais tempo à leitura, aos amigos e família, às viagens pela Europa, e quem sabe não aprenda de vez a tocar viola? Sim, este é um dos meus grandes desejos, por mais tolo que vos pareça (...)! Sou muito musical, canto a toda a hora (caso sério!) e gostava de ser aquela pessoa que num grupo em convívio pega na viola e anima a malta. Gostaria de acampar no Gerês e fazer turismo pedestre, aliado a um estilo de vida menos despojado, sendo que já tenho mais destinos em mente. Gostaria de conseguir ter mais foco no que diz respeito à minha saúde. Sei cuidar dos outros, mas não tanto de mim. E por isso, o ginásio, a dança, as corridas em grupo e pelas redondezas são para ficar, bem como alargar isso a uma vida mais regrada em termos de alimentação (!), sem esquecer a meditação e o yoga, que tenho vindo a desleixar um pouco. No fundo, é estar mais atenta ao que o meu corpo me diz.
Irei propor-me a novos desafios por aqui, sendo um deles o de levar a escrita e a fotografia mais a sério. Quero investir tanto no blogue quanto nestas minhas duas paixões. Sem medos. As ideias são muitas, os projectos também, sendo que alguns já estão no forno.
Uma coisa é certa, tudo se trata de energias positivas, para quem gosta de viajar, de se instruir e de reflectir. Janeiro trará novidades! 💪
Despeço-me com a consciência de que muito mais poderia aqui acrescentar, mas que por prudência prefiro omitir. Há voos e planos que quero muito proteger, não me vá eu desiludir. A vida dá tantas cambalhotas, não é?
 Quais as que vocês gostariam de ver na vossa vida no ano de 2018? Costumam ter objectivos bem delineados ou nem pensam nisso?