Há cerca de dois anos que sou uma sortuda por ter um carro só para mim. Usado, com cerca de dez anos, mas bem estimado e cuidado. Poupadinho, também, sendo que é a GPL, o que me faz gastar menos do que o passe de comboio (e vou todos os dias para Lisboa). Apesar de ter oito anos de carta (sim, já passou tanto tempo), só agora pude dar-me ao luxo de ter um veículo para me deslocar a qualquer hora e sem depender de terceiros. Na verdade, nunca antes tinha surgido a necessidade de adquirir um carro, e sempre pensei que comprar um carro seria uma etapa ainda distante. Recorria aos transportes públicos e nem me preocupava assim tanto. Habituei-me ao frenesim do metro e adorava o silêncio matinal no fertagus. Lia muito mais nessa época, e isso agradava-me. Trazia-me uma certa paz começar o dia assim, excepto quando sentia a respiração de alguém a virar-me as folhas. Entretanto, a vida mudou. Mudei de casa, de curso (...), e isso implicou ter um carro para os turnos malucos de enfermagem, chegando mais rápido a casa para dormir algumas horas (senão dormir mesmo dentro do carro!). Cheguei a estagiar em Cascais, morando eu em Setúbal. Auuuch!
Resumindo, a minha vida diária ficou bem mais facilitada, sendo que tenho agora uma relação emocional com o meu fogareiro - nome herdado de família. Há quem me goze porque eu beijo o volante do meu carro, porque coloco o meu perfume nos seus estofos ou porque tenho um stock de produtos de higiene e uma mini-farmácia no apara-luvas. Afinal, o meu fogareiro é a minha segunda casa, visto que passo cerca de 3 a 5 horas por dia a conduzir. Vai daí, decidi reunir cinco factos interessantes sobre o meu carro vermelho vermelhão que o fazem ser especial, para além de meu, o que por si já o torna hiper mega especial.
Resumindo, a minha vida diária ficou bem mais facilitada, sendo que tenho agora uma relação emocional com o meu fogareiro - nome herdado de família. Há quem me goze porque eu beijo o volante do meu carro, porque coloco o meu perfume nos seus estofos ou porque tenho um stock de produtos de higiene e uma mini-farmácia no apara-luvas. Afinal, o meu fogareiro é a minha segunda casa, visto que passo cerca de 3 a 5 horas por dia a conduzir. Vai daí, decidi reunir cinco factos interessantes sobre o meu carro vermelho vermelhão que o fazem ser especial, para além de meu, o que por si já o torna hiper mega especial.
5 FACTOS SOBRE O MEU FOGAREIRO?
- O meu carro tem uma personalidade própria. Sempre que o condutor muda, algo lhe acontece. Quando o adquiri foram-se os amortecedores traseiros e uma lâmpada. Quando a minha irmã o conduziu por alguns dias o pneu furou-se. O pisca dianteiro à direita funciona quando o carro está limpo. E quando está frio tenho que conversar primeiro com ele para que se dê a conversão do motor de gasolina para gás. Resulta sempre.
- Tenho um reservatório enorme na bagageira para o gás, pelo que sempre que abro a mesma e alguém olha desconfiado, eu digo: "É uma bomba!". Eh, eu divirto-me com pouco!
- Em época de estágio, o meu carro é uma feira ambulante. Tenho sempre uma farda suplente pendurada no banco traseiro, sapatos, livros, ganchos, desodorizante, garrotes, e outros afins. Costumo ter também um saco de ginásio pronto a usar e uma muda de roupa, caso precise de ficar a dormir por Lisboa. Também é certo que terei uma toalha de praia e uma sweater quente (independentemente da época do ano!). Sou realmente uma mulher prevenida!
- Já tivemos um acidente juntos. Um jipe embateu nas traseiras do meu carro na descida de um túnel, estando eu parada, pelo que fui arrastada e bati no carro da frente. Ainda tive que acalmar o casal de idosos que conduzia o jipe e prosseguir com tudo. Fiquei com dores de costas durante semanas em pura telepatia com a bagageira metida para dentro. Doeu - felizmente não foi na minha carteira porque o seguro cobriu tudo.
- O meu fogareiro tem o melhor sistema de som que eu já vi num carro sem equipamento especial. Dá para fazer festas lá dentro.
A bem dizer, eu faço-as, com direito a kizombada e música clássica. Tenho uma adaptação de USB que me permite conectar o ipod. É a loucura e um show para quem me vê no trânsito matinal para a ponte 25 de Abril.
De então para cá, a liberdade que ter um carro me deu foi impressionante! Ganhei um prazer incrível por conduzir, sendo-me muito difícil ficar no lugar do passageiro. Aprendi a conduzir no centro de Lisboa, o que confesso que me tornou um pouco mais agressiva na minha condução. Porém, segura. E conheci novos lugares por este Portugal fora. Melhor?! Só uma vespa para não ter que perder horas no trânsito e puder estacionar em qualquer canto. Seria perfeito para a vida citadina de Lisboa... Quem sabe um dia (se por cá ficar).
5 comments
Ohhh, gostei tanto deste post! Já tenho carta há 2 anos e meio, quase, e, tal como aconteceu contigo, comprar carro não está, de todo, nos meus planos a curto-prazo. Por enquanto vivo pertinho da faculdade - mas confesso que um veículo facilitaria a minha vida e pouparia muitos pedidos de boleia aos meus pais. De qualquer modo, sei que é algo que só acontecerá quando começar a ganhar dinheiro mensalmente - de outra forma, até consigo comprar o carro, mas não o consigo manter.
ReplyDeleteAdorei conhecer as aventura que já viveste com o fogareiro e os hábitos que criaste com ele.
Beijinho*
http://nouw.com/juu
Faz-me falta um carrito para o meu dia a dia e para aqueles passeios fora de horas sem ter que incomodar ninguém. Talvez para o próximo ano compre um :)
ReplyDeleteEspero que consigas!
DeleteÉ um passo tão importante e que nos proporciona maior liberdade!
Adorei o post, foi uma ideia tão original!
ReplyDeletePara o ano já posso tirar a carta. Quero fazê-lo (sem dúvida) mas, visto que vou estudar para Lisboa, não tenho grande pressa.
Em termos de carros, hei-de juntar-me com um Mini Cooper vermelho (uma pessoa pode sonhar)
Xiá
http://thecoffeecupblog.blogspot.pt/
Claro que podemos sonhar e até poderá passar disso!
DeleteMas, pensando para com os meus botões, acho que nunca ambicionei um carro em concreto. Desde que ande e seja minimamente confortável! Ahah!