O meu fogareiro | 5 factos

September 2, 2017

  Há cerca de dois anos que sou uma sortuda por ter um carro só para mim. Usado, com cerca de dez anos, mas bem estimado e cuidado. Poupadinho, também, sendo que é a GPL, o que me faz gastar menos do que o passe de comboio (e vou todos os dias para Lisboa). Apesar de ter oito anos de carta (sim, já passou tanto tempo), só agora pude dar-me ao luxo de ter um veículo para me deslocar a qualquer hora e sem depender de terceiros. Na verdade, nunca antes tinha surgido a necessidade de adquirir um carro, e sempre pensei que comprar um carro seria uma etapa ainda distante. Recorria aos transportes públicos e nem me preocupava assim tanto. Habituei-me ao frenesim do metro e adorava o silêncio matinal no fertagus. Lia muito mais nessa época, e isso agradava-me. Trazia-me uma certa paz começar o dia assim, excepto quando sentia a respiração de alguém a virar-me as folhas. Entretanto, a vida mudou. Mudei de casa, de curso (...), e isso implicou ter um carro para os turnos malucos de enfermagem, chegando mais rápido a casa para dormir algumas horas (senão dormir mesmo dentro do carro!). Cheguei a estagiar em Cascais, morando eu em Setúbal. Auuuch!
Resumindo, a minha vida diária ficou bem mais facilitada, sendo que tenho agora uma relação emocional com o meu fogareiro - nome herdado de família. Há quem me goze porque eu beijo o volante do meu carro, porque coloco o meu perfume nos seus estofos ou porque tenho um stock de produtos de higiene e uma mini-farmácia no apara-luvas. Afinal, o meu fogareiro é a minha segunda casa, visto que passo cerca de 3 a 5 horas por dia a conduzir. Vai daí, decidi reunir cinco factos interessantes sobre o meu carro vermelho vermelhão que o fazem ser especial, para além de meu, o que por si já o torna hiper mega especial.

 
5 FACTOS SOBRE O MEU FOGAREIRO?
  1. O meu carro tem uma personalidade própria. Sempre que o condutor muda, algo lhe acontece. Quando o adquiri foram-se os amortecedores traseiros e uma lâmpada. Quando a minha irmã o conduziu por alguns dias o pneu furou-se. O pisca dianteiro à direita funciona quando o carro está limpo. E quando está frio tenho que conversar primeiro com ele para que se dê a conversão do motor de gasolina para gás. Resulta sempre.
  2. Tenho um reservatório enorme na bagageira para o gás, pelo que sempre que abro a mesma e alguém olha desconfiado, eu digo: "É uma bomba!". Eh, eu divirto-me com pouco!
  3. Em época de estágio, o meu carro é uma feira ambulante. Tenho sempre uma farda suplente pendurada no banco traseiro, sapatos, livros, ganchos, desodorizante, garrotes, e outros afins. Costumo ter também um saco de ginásio pronto a usar e uma muda de roupa, caso precise de ficar a dormir por Lisboa. Também é certo que terei uma toalha de praia e uma sweater quente (independentemente da época do ano!). Sou realmente uma mulher prevenida!
  4. Já tivemos um acidente juntos. Um jipe embateu nas traseiras do meu carro na descida de um túnel, estando eu parada, pelo que fui arrastada e bati no carro da frente. Ainda tive que acalmar o casal de idosos que conduzia o jipe e prosseguir com tudo. Fiquei com dores de costas durante semanas em pura telepatia com a bagageira metida para dentro. Doeu - felizmente não foi na minha carteira porque o seguro cobriu tudo.
  5. O meu fogareiro tem o melhor sistema de som que eu já vi num carro sem equipamento especial. Dá para fazer festas lá dentro.
    A bem dizer, eu faço-as, com direito a kizombada e música clássica. Tenho uma adaptação de USB que me permite conectar o ipod. É a loucura e um show para quem me vê no trânsito matinal para a ponte 25 de Abril.
De então para cá, a liberdade que ter um carro me deu foi impressionante! Ganhei um prazer incrível por conduzir, sendo-me muito difícil ficar no lugar do passageiro. Aprendi a conduzir no centro de Lisboa, o que confesso que me tornou um pouco mais agressiva na minha condução. Porém, segura. E conheci novos lugares por este Portugal fora. Melhor?! Só uma vespa para não ter que perder horas no trânsito e puder estacionar em qualquer canto. Seria perfeito para a vida citadina de Lisboa... Quem sabe um dia (se por cá ficar).

5 comments

  1. Ohhh, gostei tanto deste post! Já tenho carta há 2 anos e meio, quase, e, tal como aconteceu contigo, comprar carro não está, de todo, nos meus planos a curto-prazo. Por enquanto vivo pertinho da faculdade - mas confesso que um veículo facilitaria a minha vida e pouparia muitos pedidos de boleia aos meus pais. De qualquer modo, sei que é algo que só acontecerá quando começar a ganhar dinheiro mensalmente - de outra forma, até consigo comprar o carro, mas não o consigo manter.
    Adorei conhecer as aventura que já viveste com o fogareiro e os hábitos que criaste com ele.
    Beijinho*
    http://nouw.com/juu

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  2. Faz-me falta um carrito para o meu dia a dia e para aqueles passeios fora de horas sem ter que incomodar ninguém. Talvez para o próximo ano compre um :)

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    1. Espero que consigas!

      É um passo tão importante e que nos proporciona maior liberdade!

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  3. Adorei o post, foi uma ideia tão original!
    Para o ano já posso tirar a carta. Quero fazê-lo (sem dúvida) mas, visto que vou estudar para Lisboa, não tenho grande pressa.
    Em termos de carros, hei-de juntar-me com um Mini Cooper vermelho (uma pessoa pode sonhar)

    Xiá
    http://thecoffeecupblog.blogspot.pt/

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    1. Claro que podemos sonhar e até poderá passar disso!

      Mas, pensando para com os meus botões, acho que nunca ambicionei um carro em concreto. Desde que ande e seja minimamente confortável! Ahah!

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