The Post, o filme.

February 18, 2018

     O The Post era um dos principais filmes que estava na tal lista de filmes para ver antes dos Óscares (quem não tem, afinal!, uma lista semelhante?), que irão decorrer no dia 4 de Março. Está quase aí, certo?! Eu ainda tenho uma lista consideravelmente extensa - mais do que eu desejaria - para assistir e me actualizar. Gosto de ter uma opinião antecipada dos potenciais vencedores e tentar a minha sorte a adivinhar quem é o real merecedor do prémio. Sou uma crítica atenta, mas nem sempre consigo estar a par das mais recentes novidades cinematográficas, especialmente quando estas coincidem com épocas de exames ou de rectas finais de estágios!. Contudo, este ano não tenho desculpas plausíveis! Estive de férias durante três semanas e acabei por dormir todas as horas que fiquei a dever à cama desde que iniciei estágio na unidade de cuidados intensivos. Excedi, talvez, o saldo...! Assim sendo, tenho alguns dias para recuperar a preguiça e assistir aos que ainda me faltam. Será que consigo? Tenho a tendência de guardar os melhores para o fim, ainda que The Post tenha sido um dos que mais me chamou a atenção pelos protagonistas de honra! Admiro a actriz Meryl Streep e Tom Hanks! Idolatro-os! Juntos, as expectativas estavam mais do que altas! Nem o argumento li direito e no inicio do mês já estava na sala de cinema a vê-lo.
"Um filme que exige concentração, desde o princípio ao fim, e um conhecimento superificial da história recente dos EUA".

     🎬 Este filme é não mais do que uma biografia de Katherine Graham (Meryl Streep), a primeira mulher editora de um jornal - The Washington Post. O seu editor de redação, Ben Bradlee (Tom Hanks) é intempestivo e gosta de arriscar. Já Katherine, habituada a uma vida sossegada e tranquila, por entre festas partilhadas com grandes nomes da história da América é mais subtil e delicada.
O drama tem lugar durante o mandato do presidente Nixon, em plenos anos setenta, aquando um dos maiores escandâlos políticos na América do Norte relativos ao envolvimento do país na guerra do Vietname durante 40 anos ser insustentável e infundado, seguido do caso Watergate, o qual conduziu à demissão do presidente.
  O enredo do filme desencadeia-se apartir de uma fuga de informação dita confidencial e que ao ser publicada pelo jornal do New York Times inicia uma guerra entre a impresa e a Casa Branca. Gera-se uma revolta contra o Estado por este ter conhecimento do insucesso da missão na guerra e de mesmo assim insistir em enviar milhares de jovens (por não querer ferir o orgulho patriótico!), perdendo-se inúmeras vidas em vão. O Times é silenciado, mas no entanto, um jornal mais pequeno tem também acesso aos documentos do estudo.
The Washington Post acaba por publicar e dar continuidade à sua liberdade de expressão, em modo de denúncia, arriscando-se os seus editores a serem presos. O filme revela assim as diferentes etapas no processo de decisão e a evolução das personagens na forma como gerem este impasse, conduzindo o expectador a uma reflexão perspicaz.
   Destaco o desenvolvimento do papel de Katherine Graham, que inicialmente se privava de opinião, apesar da competência. Era tímida num mundo dominado por homens, que não a valorizam no meio jornalístico. A forma como Streep o faz é de uma delizadeza gigante. Sem "estrelismos". Há uma cena que me é especialmente impactante: o telefonema em que decide publicar o estudo! É de bater palmas!
Acende temáticas importantes como o papel omisso das mulheres que mudaram o rumo da história com a sua bravura e da real missão do jornalismo de qualidade, daí os parabéns pela sapiência do argumento. Steven Spielberg sabe o que faz, não é?

Eu confesso que teria gostado muito mais do filme se não me sentisse perdida com algumas referências históricas. A minha sorte foi ter quem consultar ali mesmo ao lado (!). Ora pois, que isto de ir ao cinema não é só bom para namorar! Por isso, acho que não será um filme vencedor, nem acho que a Meryl tenha feito melhor do que já a vi fazer. Dependerá da concorrência, da qual ainda não estou a par.

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