Os melhores momentos de 2017.

December 29, 2017

Sei que o ano está a terminar e com isso é em mim inevitável reflectir sobre o tanto que mudou. 2017 foi o pior e o melhor ano da minha vida. Um ciclo em si mesmo. Começou da pior forma possível: comigo a deixar que o mundo em meu redor não fosse tão bonito quanto ele poderia ser. Permiti que me fizessem sentir menos do que sou (?!?). Agora sei que jamais alguém poderá ter esse poder em mim, que a maldade existe, o egoísmo também, e que tal poderá provir de quem tu amas. Aprendi que nem sempre amar é suficiente ou basta para se bater com a cabeça na mesma parede, que o amor-próprio é valioso, que sou mais eu quando me encontro nos meus pensamentos, e quando alinho no ir. Apenas ir (...)! Descobri que adoro quem sou, que não faz mal gabar-me das minhas qualidades e gozar com os meus defeitos, que sou a melhor amiga que alguém pode ter, que não há nada melhor que conhecer novos mundos na minha companhia, que não me posso levar tão a sério, que expor o que sinto aproxima quem se identifica verdadeiramente, que a dedicação compensa sempre, que agir com inteligência e secretismo não é sinónimo de frieza, e que sou um coração de manteiga que vivia num cubinho de gelo.
Em resumo, este ano foi o ano em que quebrei padrões e me encontrei. E é com uma lágrima no canto do olho que o escrevo, porque não há maior felicidade do que me aperceber que esse encontro desencadeou outros encontros felizes.

Mas e se me perguntarem quais os momentos marcantes deste ano? Teria que reflectir um pouco (ou talvez não tão pouco assim!), o que resultou na escrita desta publicação, em modo de retrospectiva (...). E estes são os meus textos preferidos de se escrever, no sentido em que gosto do desafio de parar e de pensar, para depois se seguir em frente e se fazer melhor. É realmente terapêutico (!). Assim, creio que posso destacar 5 momentos que fizeram a diferença e que me conduziram a um final de ano repleto de aprendizagens. Sim, é nisso que o meu ano se materializa. Em lições, que jamais esquecerei!

Viajar Sozinha
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Logo depois de terminar um dos estágios que mais gozo me deu até hoje - cirurgia no serviço de internamento geral do IPO em Lisboa, viajei rumo à Alemanha para ir ao encontro de amigos. O auge foi este dia de escala em Londres. Um dia lindo de Inverno, em pleno mês de Fevereiro, em que de mochila às costas caminhei por entre os principais pontos turísticos da cidade. Já antes tinha viajado sozinha.
Movimentar-me no aeroporto e viajar num avião com desconhecidos é me natural. Turistar já não. E nunca antes me tinha apercebido que não o fazia por sentir que precisava de companhia para o fazer (?!). Foi assim que descobri o quão bom é viajar sozinha... Fazes o teu rumo, conversas mais facilmente com quem encontras do que se estivesses em grupo, estás mais atenta aos detalhes que te rodeiam e sentes-te mais presente no momento. Foi o que aconteceu comigo...! Depois disso só pensava no tanto que quero repetir a experiência. Fui ao Porto numa escapadinha em Maio e por aí me fiquei por falta de tempo. Desde então aventuro-me por locais mais perto de casa e até ao cinema é frequente ir sozinha. Não é bom gostar de estar connosco? Somente este ano o compreendi verdadeiramente.

Não sei se o referi algures numa publicação anterior. Acredito que não, visto não ter sido a blogueira mais assídua por aqui no decurso do último ano lectivo, e de no Verão passado ter estado focada nas publicações de viagens pelo norte, que vocês tanto gostaram. Muito obrigado pelo feedback!
Recordo-me muito bem do dia em que recebi um email da universidade!
Eram nove horas da manhã, algures no final de julho. Abri os olhos ao ouvir a notificação e saltei da cama sem o ter lido ainda (!). Eu sabia que a minha média era boa. Sabia que nos anos anteriores não tinha tido direito à bolsa de mérito por não cumprir todas as cláusulas, eis como estar inscrita a uma totalidade de créditos, pois tive algumas equivalências devido ao meu curso anterior.
Como tal, eu sabia que este ano iria ter a possibilidade de me dedicar a 100%. O que não esperava era ganhar a totalidade da bolsa!, ou seja, estou a frequentar o meu último ano de curso completamente sem custo nenhum a nível de propinas. Tem um gostinho especial depois de tanta dedicação!
Especialmente depois de alguns tropeções e recuos, como é bom esta validação! A auto-estima ficou bem lá em cima, confesso.

Orgulho-me de ter encontrado o balanço certo entre a minha vida pessoal e os estudos. (...)
Não foi fácil, mas é possível de o fazer, com algumas jantaradas e amigos pelo meio, cinemas e passeios por Lisboa. Ah, e com algumas olheiras e corrector.


Pintar o cabelo & Perder Peso IMG_2190
Este não é um momento em si, mas sim todo um culminar de pequenas mudanças no meu estilo de vida, que se tornaram cada vez mais notórias algures em Maio. Em Janeiro decidi mudar radicalmente a minha forma de perspectivar o meu corpo. Queria gostar do que via ao espelho e, mais uma vez, esta foi uma das minhas resoluções de ano novo para 2018 (!). Sempre fui exigente e muito pessimista para comigo, em todas as áreas da minha vida e nesta penalizava-me em excesso por nunca alcançar a minha meta. Eis que fazia o oposto do que sabia ser necessário alterar. Alimentava-me mal, dormia pouco e cuidava ainda pior de mim. Não me refiro apenas à questão física. Pintar o cabelo de preto foi a prova dos nove para dar o empurrão. Queria ter um contraste com este meu novo "eu", entendem? Queria provar-me de que conseguia visualizar uma Joana mais mulher, menos menina. Arrisquei e fi-lo sozinha em casa. Correu tão bem que passado um ano mantenho a mesma cor, sendo fiel à mesma marca. Depois daí, inscrevi-me no ginásio e criei rotinas. Deixei de parte alguns produtos alimentares, como o leite e fui aos poucos adoptando uma dieta mais saudável, ao ponto de me aperceber que já não incluía instintivamente a carne nos meus pratos. Daí a gostar de me ver com roupas diferentes foi um passo. Usar saltos altos no meu dia-a-dia deixou de ser motivo de insegurança, e quando dei por ela tinha menos 10 quilos. Quais são os truques? Conta não morar com a minha mãe, que me engorda (este mês já engordei três quilos) com tanto mimo, e estagiar por turnos? É certamente uma ajuda. Mas gosto de acreditar que foi um investimento na minha pessoa que me proporcionou esta mudança e que resultou num acréscimo para a minha auto-estima, novamente. Ainda é um trabalho contínuo, com os seus altos e baixos, mas que marcou este ano pela positiva.
Mostrou-me o poder que a confiança em nós pode ter. E que não há mal nenhum em ser-se vaidosa!
Alguns de vocês - leitores, na sua maioria com blogues pessoais - talvez se recordem de mim devido a blogues anteriores (?). Há uns anos escrevia num blogue que chegou a alcançar um maior número de visualizações. Isto numa altura em que ser blogger não era trendy e se escrevia efectivamente por gosto, sem interesse em negócios. Encerrei-o por achar que pouco tinha a divulgar num meio em mudança.
Talvez não tivesse a mesma visão que tenho hoje. E regressei, por isso, com milhentas ideias e com um plano mais concreto do que seria o foco do blogue. A fotografia e as minhas viagens. Continuo a fazer os meus diários de bordo em cada lugar que visito. Fora ou dentro do nosso país. Acredito que mais voos se seguirão e que farei descrições com conteúdo. E disso muito me orgulho. Gosto do visual doce do cantinho e do rigor em cada publicação. Gosto ainda mais de ser um compromisso sem regras. É o meu passatempo preferido!
Pretendo, por isso, ficar por aqui e renovar o foco do blogue. Dar mais de mim e falar do que gosto para além das viagens e fotografias.
Testei uma rubrica e deixei-me pela sua estreia. Gostaria de retomar a coragem e ver no que dá. Afinal, os maltrapilhos da Ju mantêm-se numa das categorias com mais visualizações! Quem sabe 2018 não seja o ano em que perco definitivamente a vergonha e me deixo estar em frente das câmaras? Fará parte desse trabalho contínuo de que vos falei.
Acho que prefiro guardar as palavras para mim, desta vez. Há coisas que devemos preservar e proteger. Mas como é bom sentir que tudo pode mudar. Que este investimento de que vos falei pode trazer coisas tão boas para a nossa vida que nos fazem quebrar todos os nuncas que já proferimos. Perder certezas pode ser positivo. E criar novas definições de amor também!

5 comments

  1. Permiti que me fizessem sentir menos do que sou (?). Agora sei que jamais alguém poderá ter esse poder em mim, que a maldade existe, o egoísmo também, e que tal poderá provir de quem tu amas. No tipo de meditação que eu faço é costume reiterarmos a parte que nos tocou mais e nos ficou mais no ouvido. Esta foi sem dúvida essa parte, por me identificar drasticamente com ela. Porém, não posso deixar de agradecer e aplaudir por teres encontrado o teu equilíbrio e teres saído um pouco desse poço negro e duro.
    Parece mesmo que tiveste um 2017 em grande. Alcançaste um objectivo na balança que me faz apluadir-te e agarra-te uma oportunidade com o coração, permitiste-te amar. Que belo! Não podia ficar mais feliz por isso. Mais ainda, viste o teu esforço ser recompensado, e eu sei bem a sensação que isso é, e ainda tiveste oportunidade de conhecer uma cidade apenas através dos teus olhos.
    Quanto ao blogue, espero que este é tu fiquem entre nós mais uns bons tempos, porque adoro ler-te e ver as tuas malabarices e traquinices, assim como gosto imenso de reflectir contigo. Que 2018 seja um potezão de inspiração e que vivas mais do que esperas 🌻💛☄

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    1. Joana, só tu para ler cada palavra e deixar um comentário assim que me enche o coração.

      OBRIGADA!

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    2. Obrigada eu! É tão bom regressar aos blogues e ver respostas tão deliciosas :)

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